Chefiando comitiva em missão oficial da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara, a deputada federal Jô Moraes (PCdoB-MG) participou na terça-feira (16) de uma reunião na França com a titular da Comissão de Defesa Nacional do país, Patricia Adam. No encontro, foram discutidas as peculiaridades de cada país e os desafios enfrentados pelas nações, inclusive em âmbito internacional.

A parlamentar destacou a importância do encontro e do debate promovido entre as duas representações. “Há uma diferença sobre a cultura de defesa entre França e Brasil muito importante. A França teve seu território ocupado duas vezes por tropas invasoras, no último século. O Brasil tem uma tradição de convivência pacífica com outros povos. Mas as múltiplas crises no mundo nos obrigam a construir um pensamento de defesa da soberania do País. E isso se faz por meio da política de dissuasão, preconizada pelas Forças Armadas Brasileiras”, destacou Jô.

A missão parlamentar deu-se durante a 51ª Feira Aeronáutica de Le Bourget, evento aeroespacial que acontece bianualmente em Paris, reunindo mais de 2 mil empresas expositoras de 45 nacionalidades. Na programação, destacou-se o seminário “A indústria aeroespacial e de defesa no Brasil: as transferências de tecnologia na base da parceria estratégica”, promovido pelo Grupamento das Indústrias Francesas Aeroespaciais (GIFAS) em conjunto com a Embaixada do Brasil em Paris.

Perpétua Almeida, assessora do Ministério da Defesa do Brasil e ex-deputada federal do PCdoB pelo Acre, participou do encontro e também do seminário, onde foram discutidas as perspectivas futuras para a cooperação, com ênfase na área espacial, e o desenvolvimento do tráfego aéreo e de aeroportos secundários no Brasil. “O Brasil tem particular vocação espacial. Com mais de 8,5 milhões de km² de extensão territorial, deve cuidar, ao todo, de 13 milhões de km², incluídos os 4,5 milhões de km² de território marítimo. É um patrimônio rico em recursos naturais de toda ordem, que precisa ser conhecido, estudado, controlado, administrado, explorado e vigiado da melhor forma possível. A ciência e a tecnologia espaciais são vitais para isso”, relatou Perpétua.

As avaliações também envolveram os 35 anos de cooperação entre Brasil e França, e a identificação dos desafios a serem superados para que a parceria siga rendendo os resultados esperados.