“Doutor do baião” deve receber Ordem do Mérito Cultural
Momentos de arte, emoção e reverência a um dos maiores nomes da cultura brasileira. Foi assim a sessão solene em homenagem ao centenário do compositor Humberto Teixeira, realizada na Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (26). No ato, o deputado Chico Lopes (PCdoB-CE) anunciou a indicação de Teixeira ao Ministério da Cultura (MinC) para receber in memoriam, a Ordem do Mérito Cultural. A condecoração é anualmente concedida pelo MinC a personalidades, grupos artísticos, iniciativas ou instituições que se destacaram por suas contribuições à cultura brasileira.
“Ele cantou as coisas simples da vida do povo. Humberto Teixeira foi autor de uma obra decisiva para a construção do imaginário nordestino, da invenção e da reinvenção do Nordeste, da afirmação das coisas da nossa gente, do nosso tempo, do nosso lugar. Nada mais justo, neste ano do centenário de quem tanto contribuiu com a cultura brasileira”, destaca Chico Lopes, que, além de apresentar o nome do compositor cearense, na consulta online aberta no site do ministério, encaminhou ofício ao MinC, formalizando a sugestão.
As parcerias com Luiz Gonzaga, o Rei do baião, em “Asa branca”, “Baião”, “Assum preto” e “Juazeiro” estão entre as inúmeras canções da trajetória de Humberto, que também foi figura importante na luta pelos direitos autorais, pelo fortalecimento da classe artística e maior difusão da cultura brasileira no exterior. Além de compositor, Teixeira foi advogado e deputado federal. Em 1958, conseguiu a aprovação, pelo Congresso Nacional, da Lei Humberto Teixeira, para a formação de caravanas artísticas de divulgação da música popular brasileira no exterior.
Para a filha do compositor, a atriz e produtora cultural Denise Dummont, a homenagem é mais que justa. Segundo ela, até hoje os artistas e cientistas brasileiros se beneficiam da legislação sobre direito autoral, aprovada como fruto do trabalho do então deputado, em 1967. “Concordo com as palavras do querido deputado Chico Lopes. Toda homenagem é bem-vinda e ainda é pouca. Precisamos correr para destacar as coisas dele, ainda mais neste centenário.”