Deputadas, senadoras e ministra pressionam por cota de 30% para mulheres no Parlamento
Com o objetivo de reforçar a luta por mais mulheres na política, as bancadas femininas do Congresso fizeram nova manifestação nesta quinta-feira (21) no Salão Verde da Câmara dos Deputados. Conforme orientação da maioria das deputadas das bancadas, nenhuma parlamentar votará as matérias da reforma política, bem como usarão todos os recursos regimentais para obstruir a votação, caso não seja incluído na matéria um mecanismo que proporcione o aumento da representação feminina nos Parlamentos municipais, estaduais e federal.
As deputadas do PCdoB Alice Portugal (BA) e Luciana Santos (PE) e a procuradora da mulher do Senado, senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) participaram de ato político com a presença da ministra Eleonora Menicucci da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM). Elas defenderam, mais uma vez, a reserva de, no mínimo, 30% das vagas no Parlamento para as mulheres no relatório da reforma política que será votado na próxima semana na Câmara dos Deputados.
O Brasil é o 158º colocado no ranking de representação feminina no Legislativo, segundo o mapa “Mulheres na Política 2015”, elaborado pela Organização das Nações unidas (ONU). Na América Latina, o Brasil está à frente apenas do Haiti. A deputada Alice classificou essa situação do país como “vexatória”.
Durante o ato, a ministra Eleonora leu uma carta do Fórum Nacional de Organismos Governamentais de Políticas para Mulheres. Na nota, as entidades reafirmam que a maior participação das mulheres é fundamental à democracia brasileira. Por isso, a necessidade de uma reforma política consistente que represente efetivamente os anseios da sociedade brasileira.
A ministra disse que o governo defende uma proposta de reforma política mais inclusiva e as mulheres são prioridade nessa inclusão. “Temos a primeira mulher reeleita no Brasil. Por que isso não impacta dentro do Congresso Nacional? O percentual de mulheres no Senado e na Câmara é ainda lamentavelmente irrelevante em relação ao que nós somos na sociedade brasileira”, afirma a ministra Eleonora.