Jandira Feghali*

Após a definição de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para a Presidência da Câmara dos Deputados, o PCdoB reforçará a mobilização dos movimentos sociais nas redes e nas ruas para que pautas progressistas fundamentais, como a reforma política democrática, avancem em meio ao conservadorismo e a resistências encontradas na sociedade e no Congresso. Essa é uma das grandes bandeiras da legislatura 2015-2019 que se iniciou em 1º de fevereiro.

Para garantir a transformação do sistema político-eleitoral brasileiro, será estratégica a participação popular ativa no Legislativo, exigindo o fim do financiamento privado das campanhas eleitorais. A influência do poder econômico nas eleições é um dos principais fatores que estimulam a corrupção no Brasil. Dar um basta a essa situação é uma forma de atender às expectativas dos brasileiros que exigem o fim dos escândalos no noticiário nacional.

Com o objetivo de mudar essa realidade, o PCdoB está engajado na Coalizão pela reforma política democrática e eleições limpas que reúne 103 entidades e representantes de movimentos sociais (PL 6136/13). Um dos pontos centrais da proposta é justamente a defesa do financiamento público das campanhas, impedindo que empresas ditem os rumos do país, além de assegurar a igualdade de condições na disputa.

Bandeira histórica dos parlamentares comunistas, a reforma política defendida pela Bancada, portanto, está em sintonia com os anseios da população. É bem diferente da Proposta de Emenda à Constituição (PEC 352/13) que teve a tramitação acelerada no plenário da Câmara. Essa iniciativa é antidemocrática e não responde a demandas populares, tendo em vista que coloca na Constituição a previsão de financiamento privado de empresas e de concessionárias do serviço público nas eleições. É preocupante também a ideia de acabar com o pluripartidarismo, cerceando a voz de quem representa minorias.

Sendo assim, temos de nos unir em defesa de uma reforma política ampla que, efetivamente, renove o sistema político brasileiro, enfrentando mazelas. Vamos juntos caminhar em busca de mais representação de segmentos sociais no Parlamento e da efetiva participação popular nas grandes decisões do país.

*Líder do PCdoB na Câmara dos Deputados