A taxa de renovação de parlamentares na Câmara dos Deputados nas eleições de outubro pode atingir um recorde histórico: entre 52% e 53%. Os cálculos são do Departamento Intersindical de Assessoramento Parlamentar (Diap), que soma a taxa de 23% dos que vão concorrer a outros cargos a um total de 30% que não devem se reeleger. Segundo o Diap, a taxa dos últimos anos tem ficado em torno de 40%.

Para a líder do PCdoB na Câmara, deputada Jandira Feghali (RJ), uma renovação alta é salutar, mas espera que essa mudança – caso se confirme – signifique maior representatividade dos diferentes setores da sociedade no Parlamento.

“O processo eleitoral é uma forma de o eleitor manifestar o nível de aprovação aos seus representantes. Nossa expectativa é que este sentimento se reverta numa composição equilibrada entre os diversos setores da sociedade, com uma representação plural. Não é o que temos visto, mas o PCdoB se orgulha ao combater a vergonhosa sub-representação das minorias com apresentação de candidatos e candidatas dispostos a erguer essa bandeira”, afirmou.

O efeito das manifestações de junho de 2013 sobre a classe política também contribuem para o sentimento de mudança. Entre as razões apontadas pelos cientistas políticos do Diap para o novo cenário estão o “desencanto com a política no Legislativo, a busca temporária por outras estratégias políticas e o aumento dos custos de campanha”. Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que a média de gastos informada pelos candidatos a deputado federal é de R$ 3,6 milhões.

De Brasília, Christiane Peres
Com informações da Agência Câmara