Tem sido uma grande Copa. A “Copa” das copas. O nosso esperado Mundial, onde imperaram bons resultados quanto à organização, receptividade, administração, segurança e mobilidade dos jogos. Um torneio que fica para a História de nosso país e de outras nações.

Contudo, as lágrimas nos olhos do povo brasileiro no humilhante jogo contra a Alemanha podem ser explicadas pela tragédia que vem acometendo a Seleção em seu processo de formação. Ao longo dos anos de ouro, das cinco vitórias consagradas em Mundiais, nosso time vem perdendo algo que é genuíno ao nosso povo: sua força, determinação e garra. Características essenciais que permitiram-nos movimentar as redes adversárias ao longo das décadas.

O time do Brasil vem perdendo sua competitividade por diversos fatores, não só por descuidos da equipe técnica de Felipão. Começa bem cedo, na ida de jovens talentos da periferia ao exterior, onde verdadeiros quartéis generais do futebol os mantêm ao longo da vida. Oferecem montanhas de dinheiro e chegam a contratar seus pais em funções diversas para tentar driblar os entendimentos legais.

Além disso, a corrupção entre cartolas da CBF e suas artimanhas para enriquecimento próprio deixam de lado problemas e dívidas que infestam clubes nacionais e suas relações com o jovem futebol.

Não menos lamentável é que, na arena política, candidatos percam a noção ao tentar vincular o desempenho da Seleção com o Governo. É de um desespero baixo, sem pudor, que apela para o emocional de milhões de brasileiros. Os ataques eleitoreiros surgem como piadas de mau gosto, indigestas e arrogantes para o povo. Na verdade, tentam esconder a ausência de propostas.

Muito diferente do que prega a oportunista oposição política ao Governo Federal, sábado voltaremos a entoar nosso hino com orgulho, mesmo com tantos percalços. Será momento de dar a volta por cima, antes de fazer profunda reflexão sobre nosso tradicional esporte e sua trajetória até aqui. O Brasil deu ‘show de bola’ fora dos gramados numa das maiores Copas do Mundo do planeta, mas precisa voltar a fazer o mesmo dentro deles.

Vamos em frente, Brasil!

*Jandira Feghali é médica, deputada federal e líder do PCdoB na Câmara.