Em pesquisa realizada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), apenas em 2013, foram desenvolvidos 698 jogos na área de entretenimento. Estimular a questão dos jogos educacionais "pela dimensão educacional, econômica e cultural é fundamental" para a deputada Luciana Santos (PE), proponente da audiência pública realizada nesta terça-feira (27) "O setor de jogos eletrônicos e digitais no Brasil" em conjunto com a deputada Alice Portugal (BA). 

O mercado de jogos eletrônicos e digitais no Brasil movimentou R$ 5,3 bilhões de reais no ano de 2012, de acordo com a consultoria GFK. Apesar disso ainda exportamos muitos talentos na área de criação. A ausência de regulação apresenta-se como principal entrave para maior participação no cenário mundial. As Comissões de Ciência, Tecnologia e Informática e de Cultura debateram a produção e o desenvolvimento de jogos nacionais voltados para a educação e a cultura.

De acordo com o Coordenador-Geral de Serviços e Programas de Computador da Secretaria de Política de Informática do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Pedro Menezes, o país possui um capital humano que precisa ser "associado aos centros de pesquisa para termos um capital de ideias". “É preciso pensar a capacidade de desenvolvimento educacional das tecnologias da informação”, afirmou Luciana Santos (PE).

A necessidade de trabalhar a inovação tecnológica em “uma perspectiva da cultura”, criando espaços de diálogo para esse setor multidimensional, aponta o Coordenador de Cultura Digital da Secretaria de Políticas Culturais do Ministério da Cultura, José Murilo. O Brasil ocupa atualmente a quarta posição no mercado consumidor com baixo investimento na produção nacional. “O MinC tem um papel importante de articulação entre os ministérios para a formatação de políticas públicas”. José Murilo trouxe a proposta de criação de um Grupo de Trabalho conjuntamente com Ministério da Educação e Ministério de Ciência e Tecnologia.

Para o presidente da Associação Brasileira dos Desenvolvedores de Jogos Digitais (ABRAGAMES), Moacyr Avelino Alves Jr., o mercado mundial começou nas universidades, passando pelo desenvolvimento e chegando a comercialização. Enquanto “o Brasil começou no caminho inverso, o que está faltando é uma regulamentação do setor”. A distribuição de jogos para consoles, como o XBox, PlayStation e Wii ainda é paga, mas para celulares e internet é totalmente gratuita. Só no Brasil, de acordo com dados da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), já são mais de 265 milhões de linhas de celulares ativas, sendo a maioria esmagadora utilizada com o auxílio de smartphones.

A deputada Luciana Santos sintetizou que o debate na área de jogos eletrônicos e digitais “pode ser expressa e amplamente difundida através das mídias digitais, pode ser tornar cada vez mais uma ferramenta educativa e de fortalecimento da cultura popular”. Destacou que o setor merece um “esforço de convergência para dar realce no aspecto da economia criativa, ter um fundo de financiamento e uma legislação que incentive o crescimento”.  

Assessoria de Comunicação
Liderança do PCdoB CD
Iberê Lopes, estagiário de comunicação
Edição: Tatiana Alves