Deputados vão tentar mediar as negociações entre os técnicos administrativos das universidades públicas e o governo. Em greve há mais de um mês, os servidores não conseguem avançar o diálogo com o Ministério do Planejamento, que centraliza a mesa permanente de negociação entre o governo e todos os servidores. Uma reunião será marcada pelos deputados na próxima terça-feira (29) para que o ministro da Casa Civil, Aluízio Mercadante, ex-ministro da Educação, também entre no debate.

A deputada Alice Portugal (BA), servidora licenciada da Universidade Federal da Bahia (UFBA), disse que conhece a situação principalmente da terceirização do trabalho nas universidades. “Tanto é um problema, que os conselhos universitários por todo o Brasil têm tentado estabelecer regras mais claras para a contratação desses trabalhadores”, disse. Outras reivindicações dizem respeito a auxílio creche, alimentação, e outros benefícios, que estão defasados.

“Reconhecemos que houve um acordo assinado com a categoria, mas a efetiva precariedade de trabalho dos servidores nas universidades dá conta de que é necessário atualizar esses termos do acordo e constituir soluções, que podem não ser as ideais, mas soluções para os problemas imediatos que eles estão vivendo, relacionados às terceirizações em demasia, insalubridade. São problemas relacionados ao auxílio odontologia, aalimentação, creches, ou seja, questões básicas no mundo do trabalho que não estão solucionadas para os servidores das universidades”, afirmou a deputada Alice Portugal autora do requerimento para o debate.

O Coordenador-geral da Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras (FASUBRA), Paulo Henrique Rodrigues dos Santos, destacou a importância do trabalho dos servidores técnico-administrativos para as universidades federais e cobrou a mesa de negociação entre o governo e a categoria. “A greve só foi deflagrada porque o governo não abriu a mesa para negociar o resultado dos grupos de trabalho que estão no acordo da greve de 2012. O governo não cumpriu o acordo, não apresentou os trabalhos dos grupos. Até hoje não temos uma mesa de negociação”, enfatizou Paulo Henrique. 

A audiência contou ainda com a presença da Coordenadora-geral de Recursos Humanos da Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação, Dulce Maria Tristão, e do Secretário de Relações de Trabalho no Serviço Público do Trabalho do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), Sérgio Mendonça. O representante do MPOG afirmou que apesar das dificuldades, houve muitos avanços nas negociações com a categoria ao longo dos anos, mas reconheceu que ainda não há acordo no que diz respeito à questão da terceirização dos serviços.
 

Assessoria de Comunicação
Liderança do PCdoB CD
Informações da assessoria da deputada