As restrições de acesso ao Plenário da Câmara marcaram o início dos protestos na sessão solene desta terça-feira (1º), que relembraria a resistência à ditadura militar. No início da fala do deputado Jair Bolsonaro (PP/RJ), manifestantes viraram às costas em protesto à apologia ao golpe. O fato culminou no encerramento da sessão.

“Amigos parlamentares e familiares se viram de costas em tom de respeito à nossa história”, disse a líder do PCdoB, deputada Jandira Feghali (RJ), em referência aos inúmeros perseguidos, presos e torturados durante o golpe de 1964, que completa 50 anos em 2014. A parlamentar lembrou também que durante o regime militar, o Congresso foi fechado três vezes.

A deputada Alice Portugal (BA), presidente da Comissão de Cultura, enfatizou que a apologia à ditadura é um crime. "A ditadura torturou, mutilou, matou. Mas seu requinte de crueldade foi 'desmemoriar' nosso povo de sua história. Mas nós não esquecemos!", reforçou.

Após o encerramento da sessão, parlamentares fizeram uma homenagem aos presos e desaparecidos políticos da ditadura. Alice Portugal, Jandira Feghali, João Ananias (CE) e Gustavo Petta (SP) participaram do ato no Salão Verde gritando nomes como os de Olga Benário, Ieda Santos Delgado, João Amazonas, Honestino Guimarães, Rubens Paiva, Maurício Grabois.

O evento faz parte da proposta da Comissão Parlamentar da Verdade e da Comissão de Direitos Humanos e Minorias de no “Ano da Democracia, da Memória e do Direito à Verdade”. 

Dia da Democracia, da Memória, e do Direito à Verdade

Na abertura da sessão, o presidente da Casa, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB/RN) assinou um ato da Mesa inaugurando o Ano da Democracia, da Memória e do Direito à Verdade – que terá uma agenda de eventos políticos, culturais e educativos e se estenderá até o fim de 2014.

De 1964 a 1977, 173 parlamentares eleitos do povo foram autoritariamente cassados pelo regime militar. 

Assessoria de Comunicação

Liderança do PCdoB CD

Christiane Peres