Fazer com que o número de mulheres na política cresça é o objetivo da campanha lançada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e por parlamentares nesta quarta-feira (19), durante sessão solene no Senado. De acordo com o presidente do TSE, ministro Marco Aurélio de Mello, a política precisa refletir o percentual de mulheres na população brasileira. Nas eleições de 2010, as mulheres ocuparam apenas 9% dos cargos públicos. “Estamos em 156º lugar no ranking mundial de sobre igualdade na presença de homens e mulheres no Parlamento. Isso é uma vergonha para todos nós. Todo poder à mulher é esperança de um Brasil mais equilibrado”, enfatizou o ministro.
 
Coordenadora da Bancada Feminina na Câmara, deputada Jô Moraes (MG), reforçou o simbolismo do momento. “As nossas conquistas legais, da fria letra da lei e dos solitários gabinetes, chega às instituições. A presidência do TSE dá voz à metade da população brasileira, que é feminina”, pontuou a parlamentar sobre a primeira campanha nacional de incentivo à participação da mulher na política.
 
Emissoras de rádio e TV de todo o país começam a veicular a campanha, que visa conscientizar a população sobre a sub-representatividade feminina na política brasileira. O Brasil é um dos países com piores índices de participação de mulheres no Legislativo e no Executivo: de cada dez eleitos, nove, em média, são homens. Com o slogan “Faça parte da política” e a hashtag #vempraurna, será a primeira campanha institucional do TSE sobre o tema. A ação é fruto de emenda incluída pelo Senado na minirreforma eleitoral (Lei 12.891/2013), aprovada pelo Congresso no ano passado. A lei estabelece que, em anos eleitorais, de março a junho, o TSE “poderá promover propaganda institucional, em rádio e televisão, destinada a incentivar a igualdade de gênero e a participação feminina na política”. 
 

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Autora da emenda na minirreforma, a procuradora da Mulher no Senado, senadora Vanessa Grazziotin (AM), acredita que a ação do TSE vai chamar a atenção do país para o problema da sub-representatividade. “São índices incompatíveis como nosso país. Não é possível que o Brasil ocupe apenas a 156ª posição (de 188 países). Essa campanha resgata a mulher e seu papel na política”, afirmou a senadora Vanessa Grazziotin, primeira procuradora Especial da Mulher no Senado.
 
“Ao se candidatarem, as mulheres estão dizendo onde é o seu lugar. E é em todos os lugares. Não podemos nos omitir do maior protagonismo das mulheres, que é no Parlamento, onde se decide, onde se vota e onde se abrem todas as janelas para quebrar os paradigmas da discriminação”, disse a ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci.
 
Assessoria de Comunicação
Liderança do PCdoB CD
Christiane Peres e Tatiana Alves