Há 20 anos, o Ministério da Saúde repassa aos laboratórios de análises clínicas R$ 4,11 por um hemograma, por exemplo. Se reajustes tivessem sido aplicados ao longo desses anos, pelo mesmo exame os laboratórios receberiam R$ 45,90. O dado foi apontado por Luiz César Leal Neto, vice-presidente de Administração do Sindicato dos Laboratórios de análises Clínicas do Rio Grande do Sul (Sindilac), durante audiência pública na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público, nesta terça-feira (18). “São 20 anos sem reajuste e 80% do diagnóstico clínico é baseado em análise laboratorial. Com essa situação estamos fechando”, alertou.
 
Farmacêutica de formação, a deputada Alice Portugal (BA) engrossou o coro em defesa do reajuste da tabela. Segundo a parlamentar esse debate vem sendo feito na Casa há mais de uma década, mas sem êxito. “Como uma glicemia pode custar menos que um Chikabon?”, ironizou Alice. “Essa é uma decisão política, estratégica, de fortalecimento do SUS. É a hora do laboratório”, defendeu.
 
A deputada sugeriu que uma comitiva de parlamentares interessados no tema fosse ao Ministério da Saúde cobrar uma resposta sobre o reajuste da tabela para os laboratórios. A ideia foi acatada pelo proponente do debate, deputado Ronaldo Nogueira (PTB/RS), que sugeriu a primeira semana de maio para a visita. “Acho uma boa proposta. É um bom prazo para a nossa ida lá. Assim o Ministério da Saúde tem tempo para formular uma proposta para nos apresentar”, afirmou Alice Portugal.
 
Também participaram do debate o coordenador-geral dos Sistemas de Informação do Ministério da Saúde, Fábio Campelo; o secretário-geral da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas, Mário Martinelli; e o diretor-geral da Confederação das Santas Casas, José Luiz Spigolon.
 
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