O lançamento em Brasília ocorre devido a requerimento de Luciana Santos, aprovado na Comissão de Cultura. A exibição de uma hora e 17 minutos será às 16h, no auditório da TV Câmara.

“Esperamos, com esta iniciativa, colaborar para que todos conheçam um passado que temos em comum e que os olhares históricos até hoje reprimidos adquiram espaço junto ao público” justificou Luciana.
Segundo ele, o respeito ao livre pensamento e o direito à verdade histórica devem ser valores imprescindíveis para um Estado plural e respeitador dos direitos humanos.

O documentário é narrado a partir de depoimentos, lembranças e denúncias de 23 ex-presos políticos da ditadura militar em Pernambuco. Os protagonistas estiveram detidos, de 1969 a 1979, entre a antiga Casa de Detenção, a atual Casa da Cultura, e a Penitenciária Professor Barreto Campelo.

O filme retrata como era a convivência, as diferenças, os rachas, as greves de fome e o sentimento de solidariedade. “O filme começa abordando o contexto político, o que levou aquelas pessoas a atuarem em organizações, a luta, a queda e a chegada deles à prisão”, explica Tuca Siqueira.

Os ex-presos políticos eram encaminhados para duas unidades prisionais depois do período de torturas e interrogatórios para responder a processos e cumprir as penas.  Estima-se que, de 1969 a 1979, passaram pela antiga Casa de Detenção cerca de cem presos políticos e 40 na Penitenciária Barreto Campelo.

A mesa vermelha, que dá nome ao documentário, foi um elemento utilizado pela cineasta para introduzir algumas cenas e representar o cenário prisional em diversas situações. “A mesa representava a presença deles em torno dela. Ela tem o simbolismo de congregar, tomar decisões, debater e fazer reuniões”, argumenta.

O filme foi realizado com apoio do projeto Marcas das Memória, da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça  e do Movimento Tortura Nunca Mais. As idealizadoras Lilia Gondim e Yara Falcón, que também são ex-presas políticas, contam que a iniciativa surgiu após a experiência do curta sobre o reencontro das ex-presas políticas 40 anos depois, também dirigido por Tuca Siqueira. “É um reencontro com a história. Uma lacuna que está sendo preenchida. É a história viva. Passamos muito tempo sem falar nada. Tínhamos receio”, relata Yara Falcón.

O projeto previa 24 depoimentos, mas um dos personagens, Chico Monteiro, conhecido como Chico Passeata, faleceu antes do projeto ser aprovado. “Ele era poeta e fizemos uma homenagem inserindo um dos trechos de seus poemas na gravação”, informou Lilia.

Assessoria de Comunicação
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