A visita está prevista para o período entre 17 e 20 de dezembro e integrarão a comitiva, ainda, as deputadas Janete Rocha Pietá (PT-SP), Carmem Zanotto (PPS-SC), Rosane Ferreira (PV-PR), Elcione Barbalho (PMDB-PA), Benedita da Silva (PT-RJ) e Célia Rocha (PTB-AL).

Casada com o presidente daquele país, Maurício Funes, Vanda decidiu investir no combate à violência contra as mulheres. O Cidade Mulher já ganhou diversos prêmios internacionais, entre eles o Américas 2011, concedido pelas Organizações das Nações Unidas (ONU) e a Organização dos Estados Americanos (OEA). Vanda é também secretária de inclusão social salvadorenha.

Vanda conta que o Cidade Mulher nasceu após ela perceber, durante a campanha eleitoral naquele país, que as mulheres sofriam discriminação idêntica, tanto da área rural quanto da urbana. Ela diz que também foi vítima de discriminação na campanha. Ela, então, decidiu romper com esse estigma, lembrando a importância da equidade de gênero.

Em El Salvador, as mulheres são 54% da população, são o centro da comunidade, mas não estavam presentes nas políticas públicas. “Criei um espaço para tornar visíveis mulheres que estavam invisíveis”, explicou.

A ideia, segundo ela, é simples e inovadora. Em uma mesma infraestrutura estão serviços que já existiam no país, mas estavam dispersos. Antes, a mulher vítima de violência percorria uma via crucis para denunciar a agressão. No meio do caminho, ela desistia.

Agora, quando chega no Cidade Mulher, ela recebe primeiro orientação psicológica, para estar bem e tomar as melhores decisões. Depois, vai até o corredor contra a violência de gênero e encontra os serviços da polícia, do ministério público, de medicina legal.
Em outro corredor, fica o atendimento à saúde. Enquanto isso, os filhos são atendidos em outra sala.

Também naquele país, como no Brasil, o maior inimigo da mulher está dentro da própria casa. Para se livrar do agressor, ela precisa ter autonomia econômica. No Cidade Mulher tem um espaço voltado para a atividade profissional, chamado por Vanda de corredor da revolução. Lá estão instalados serviços de formação profissional, de montagem de microempresa, de promoção do cooperativismo. Tem um banco de fomento agropecuário, para obter crédito na banca tradicional, e outro alternativo, para pequenos empréstimos,
de cem, duzentos dólares.

O projeto também atende mulheres que não são vítimas de  violência,  pois elas necessitam de autonomia econômica. Mas Vanda lembra que o programa é basicamente para mulheres vítimas de violência. Lula, já ex-presidente, conhece a sede do projeto Cidade Mulher em El Salvador
A proposta inicial de Vanda era a de criar 14 centros de atendimento, mas a situação econômica encontrada pelo atual governo, agravada pelo furacão Ida logo no primeiro ano da gestão, permite apenas a construção da metade até o fim do governo.

No segundo ano, El Salvador contou com ajuda do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), que elegeu o Cidade Mulher como modelo para o desenvolvimento na América Latina. Em um ano, foram atendidas mais de 40 mil mulheres. Em El Salvador não há reeleição e o governo Funes encerra-se em 2014.

Assessoria de Comunicação
Liderança do PCdoB/CD
Angela Romito