A  polêmica gerada pela proibição de comercializar medicamentos emagrecedores à base de anfepramona, femproporex e manzindol, desde o fim do ano passado, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foi tema de audiência pública nesta terça-feira (9) na Comissão de Seguridade.

O debate foi sugerido pelas deputadas  Alice Portugal (BA) e Jô Moraes (MG) que defenderam a liberação da venda dos inibidores de apetite, mas com controle rígido.

Para Jô Moraes, a Anvisa pode rever sua decisão. “Não se trata de um embate Fla x Flu. Estamos falando de pessoas que sofrem, de portadoras de obesidade, muitos deles com outras doenças associadas”, alertou durante intervenção. 

A deputada Alice Portugal, que é química e farmacêutica, avalia que o Registro Nacional do Uso de Medicamentos Controlados, através do credenciamento das farmácias, é um mecanismo seguro. “O farmacêutico, como garantidor do uso racional do medicamento em cada farmácia, é quem controla a chave do armário dos medicamentos controlados".

A deputada Jô defende que o fundamental na questão da obesidade é a de uma visão múltipla e integrada para evitar distorções e a manutenção do quadro hoje apresentado não só no âmbito da obesidade quanto das alternativas de combate e tratamento.

O diretor geral da Associação Brasileira de Nutrologia, Paulo Giorelli, afirma que uma pesquisa realizada pela associação com base em questionários preenchidos por médicos mostrou que, de dezembro de 2011, quando o uso dos anorexígenos foi proibido, a setembro deste ano, a incidência de obesos foi de 4%, um número que antes não passava de 2,4%.

Já o médico Francisco Paumgartten afirmou que a Câmara Técnica recomendou a proibição dos inibidores de apetite porque esses medicamentos não alcançaram o seu objetivo, que é reduzir as doenças associadas à obesidade e ao sobrepeso. Pelo contrário, entre os efeitos negativos, levaram ao aumento da pressão arterial, que provoca infarte e derrame.
Está prevista para a próxima reunião, na terça-feira (16), a criação de um grupo de trabalho para analisar os fatos que levaram a Anvisa a proibir a  produção e comercialização de alguns inibidores de apetite e as consequências dessa proibição para a saúde das pessoas.

Assessoria de Comunicação
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Tatiana Alves