De acordo com o requerimento do deputado Taumaturgo Lima (PT-AC), serão ouvidos representantes do Ministério de Relações Exteriores (MRE), da Polícia Federal, do Exército Brasileiro, da Secretaria de Direitos Humanos, do Incra e dos agricultores que, há muitos anos, moram na região em conflito, fronteira com o município de Capixaba, no Acre.

Em reunião na semana passada com a deputada Perpétua Almeida (AC), presidenta da CREDN, o ministro Antônio Patriota (Relações Exteriores) tratou desse assunto e disse que irá em  missão diplomática ao Acre, provavelmente  na primeira quinzena de junho, para acompanhar o esforço do governo local, juntamente com a diplomacia dos dois países, para evitar novos impasses na fronteira.

“Nós, do nosso lado, legalizamos o visto de 20 mil bolivianos, como prova de respeito à cooperação internacional com nossos vizinhos. Esperamos reciprocidade e respeito na mesma medida", disse a deputada.
O embaixador do Brasil na Bolívia, Marcel Biato, também esteve no Acre e disse acreditar ter subsídios que permitem ao governo brasileiro cobrar do governo Evo Morales o cumprimento dos acordos que regem as políticas internacionais entre os dois países.

Conflito – Há cerca de um mês, o Exército da Bolívia intimida e até expulsa colonos que se instalaram ali há várias décadas. Um acordo entre Brasil e Bolívia, assinado entre os então presidentes Lula e Alan Garcia, proíbe a retirada dos agricultores antes de dezembro deste ano, prazo dado ao Incra para reassentá-los no lado brasileiro da fronteira.

O deputado Taumaturgo se vale de indicadores do próprio Incra, segundo os quais as famílias manifestam o desejo de voltar ao Brasil. Há cinco dias, o governo boliviano, por meio de sua embaixada, informou ao governo do Acre que a invasão e os supostos maus tratos são uma iniciativa isolada de alguns militares. O governo Evo Morales negou ter ordenado a investida contra os brasileiros e, ao Itamaraty, informou que está apurando a conduta dos integrantes de seu exército.

Assessoria de Comunicação
Liderança do PCdoB/CD
Vanessa Marques, da CREDN