Especialistas defendem o fortalecimento do Programa Antártico Brasileiro
Em audiência pública nesta quarta-feira (11) ,na Câmara dos Deputados, pesquisadores que trabalham com o Programa Antártico Brasileiro (Proantar) pediram aos parlamentares mais empenho por investimento nas pesquisas. Para os cientistas, o incêndio na Base Antártica no dia 25 de fevereiro trouxe o debate da reconstrução da estação e mostrou à sociedade a importância do papel da ciência na Antártica.
A reunião foi realizada em conjunto com a Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática, a Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional.
O diretor do Centro Polar e Climático e membro da Academia Brasileira de Ciências, professor Jefferson Cardia Simões, afirma que a região antártica é tão importante quanto à Região Amazônica. “É o continente mais perto do Brasil, mais do que o africano, cerca de 4.700 quilômetros, aproximadamente”, diz.
A deputada Jô Moraes adverte que é fundamental compreendermos que na Antártica são realizados estudos sobre biologia marinha, monitoramento ambiental e controle da camada de ozônio, que têm interferência direta na questões cotidianas no nosso país. A líder do PCdoB, deputada Luciana Santos, coautora do requerimento acrescenta: “é nesse centro de pesquisa que são feitas analises sobre os impactos ambientais, efeito estufa e tantas outras”.
Janice Trotte, coordenadora-geral de Mar e Antártica da Secretaria de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), alega que a ciência no Tratado da Antártida tem um papel no desenvolvimento científico, de preservação ambiental e um papel político, pois o Brasil tem a possibilidade de interferir no destino de 10% do território do planeta.
Porém, Jefferson Simões, Ccoordenador do programa e representante no Comitê Internacional da Antártica, alerta que os recursos investidos têm caído, principalmente porque R$ 990 milhões serão destinados à reconstrução e restará pouco ou quase nada ao estímulo ao estudo.
Yoneshigue Valentin , coordenadora do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Antártico de Pesquisas Ambientais, afirma que é preciso mudar o paradigma para consolidar a ampliação dos grupos de pesquisa. Para ela, só "assim conseguiremos avançar na região".
“Se não houver uma ação ou nessa casa, ou no orçamento ou em algum dos ministérios, eu infelizmente vou ter que cancelar uma série de atividades, ou até parar. Se não houver uma ação juto ao MEC nós vamos começar a perder especialistas para outros países”, declara Jefferson Simões.
Para reforçar a importância do programa, os cientistas citaram algumas das pesquisas e ações realizadas no Proantar, como o estudo dos sinais atmosféricos do gelo marinho e das variações do gelo da península antártica, o impacto nos ecossistemas, as adaptações evolutivas dos peixes antárticos e o impacto das alterações ambientais, dentre outras diferentes questões.
“Como sexta potência econômica mundial, o Brasil deveria assumir suas responsabilidade e garantir a imediata reestruturação da base para retomar as pesquisas o mais breve possível”, diz a deputada Jô Moraes. E promete: “vamos atrás de recursos e faremos uma pressão para buscar investimento para que o MCTI, que tem limites, e possa disponibilizar mais, procurar o Mistério da Educação que eventualmente pode nos ajudar e um apelo aos parlamentares que liberem recursos de emendas parlamentares e sobretudo ajude na formulação desse programa”.
Assessoria de Comunicação
Liderança do PCdoB/CD
Tatiana Alves