O governo de Jair Bolsonaro defendia o pagamento de R$ 600, em parcela única, por família atingida. Graças à iniciativa do PCdoB, o valor foi ampliado para um salário mínimo (R$ 998), por 12 meses. Após rompimento de uma barragem da mineradora Vale, em janeiro deste ano, na cidade de Brumadinho (MG), 242 pessoas morreram; outras 28 continuam desaparecidas.

Coube ao deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) fazer a defesa da matéria, dizendo que o Congresso seria omisso se aprovasse a proposta nos moldes defendidos pelo Executivo.

“A minha fala é um apelo humanitário, porque Minas Gerais e o Brasil entraram em estado de choque com a tragédia de Brumadinho. Ano após ano, a Vale bate recorde de lucros. E o que o governo oferece é uma parcela única de R$ 600 de indenização. Isso é uma humilhação para as famílias que sofreram tanto perdendo seus entes queridos. O destaque do PCdoB eleva esse valor para garantir o mínimo de dignidade a essas famílias”, afirmou o parlamentar.

Vice-líder da Minoria, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) também defendeu as famílias das vítimas do desastre. “Essa tragédia foi desleixo e ganância de uma grande empresa, que foi privatizada no país. O Estado brasileiro tem responsabilidade sobre isso. Estamos discutindo o sofrimento das famílias. R$ 600 por família é inaceitável. Melhor não aprovar nada. Se o governo quer recuperar o dinheiro, melhor aplicar multa bilionária na Vale”, afirmou a parlamentar.

Outros deputados também consideraram um desrespeito dar R$ 600 a pessoas que ainda sofrem os prejuízos da catástrofe. “Dinheiro nenhum vai pagar a vida de mais de 300 famílias assassinadas pela Vale. Como o governo tem coragem de propor isso? Isso é esmola. A Vale e o governo podem pagar muito mais. Isso é uma vergonha. Isso não paga o aluguel nem a comida do mês”, relatou a deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), vice-líder do partido na Casa.