O legado de Aldo Rebelo como legislador e a influência de sua atuação à frente da Câmara dos Deputados foram celebrados no Congresso Nacional, nesta quarta-feira (30). Em sessão solene, o ex-deputado recebeu a medalha do Mérito Legislativo das mãos do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

O reconhecimento da biografia de Aldo pela instituição reafirma sua relevância para a sociedade e sua colaboração para o desenvolvimento da nação. Segundo o líder do PCdoB na Câmara, deputado Daniel Almeida (BA), Rebelo tem uma contribuição fundamental no funcionamento do Parlamento, “sempre voltado para os interesses do nosso povo. Nos sentimentos muito honrados em fazer esta homenagem”. 

Militante do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), jornalista por formação, Rebelo atuou como deputado federal por quatro mandatos consecutivos. Entre 1991 e 1995, participou da Revisão Constitucional. Em 2005 foi conduzido à presidência da Casa. 

No ambiente político, Aldo Rebelo é conhecido pela enorme facilidade em “desatar nós”. Ele é chamado para trabalhar em articulações consideradas muito difíceis, e costuma ter sucesso. Foi líder do governo Lula e da Bancada Comunista.

O presidente do Partido Democrático Trabalhista (PDT), Carlos Lupi, ressaltou a importância do ex-ministro nas lutas pela soberania nacional. “Este é o reconhecimento de um patriota, leal defensor da causa popular. Um homem de vida reta, de vida limpa e, principalmente, de causas. É uma referência pra gente que quer fazer uma política com ideias, com projetos para uma nação mais justa”. 

Em janeiro de 2004, Rebelo licenciou-se do mandato para ser ministro da Secretaria de Coordenação Política e Relações Institucionais do Governo Lula. Aldo comandou, ainda, as pastas da Defesa e da Ciência e Tecnologia. Além do ministério do Esporte, quando esteve à frente da organização da Copa do Mundo realizada no Brasil. 

Companheira de Aldo desde os tempos de militância estudantil, a jornalista Rita Polli faz questão de enaltecer o papel do comunista nos grandes momentos de tensão política da vida nacional. “Ele enquanto militante, homem, companheiro e pai merece esta honraria”. 

Sobre a atual fase de crise na política do Brasil, Rita afirma que “precisamos de uma figura como ele para nortear a resistência ao lado dos companheiros”. Para Aldo Rebelo, é preciso que se reconheça no parlamento uma fonte de legitimidade e estabilidade neste cenário de crise que vivemos. “Esta medalha significa uma responsabilidade com a luta pela democracia e pelo povo brasileiro”. 

 

História de Luta

Aldo Rebelo começou na política como líder estudantil, nos anos 1970. À época, ele fazia oposição ao regime militar e já integrava o PCdoB, que estava na clandestinidade.

Os primeiros contatos com o partido ocorreram na Universidade Federal de Alagoas, onde cursava Direito. Mas não chegou a se formar na área. De 1979 a 1981, pertenceu à diretoria da União Nacional dos Estudantes (UNE), primeiro como secretário-geral e depois como presidente.

Em 1981, o alagoano de Viçosa radicou-se em São Paulo, onde ajudou a fundar a União da Juventude Socialista (UJS). Em 1982, candidatou-se pela primeira vez a deputado federal pelo PMDB, já que o PCdoB continuava sendo clandestino. Perdeu a eleição, mas seguiu na militância de esquerda. Em 1984, participou da campanha pelas Diretas Já e, cinco anos depois, foi eleito vereador em São Paulo, pelo PCdoB.