A Comissão de Relações Exteriores aprovou, nesta quarta-feira (12), requerimento da deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), que solicita audiência pública para debater a venda da empresa Embraer para a Boeing e os impactos na execução dos projetos estratégicos de defesa nacional.

“Precisamos debater qual é o impacto disso na Força Aérea e na soberania nacional. Nossa preocupação é especialmente com os projetos estratégicos de defesa nacional, como a aeronave KC-390, avião para transporte tático/logístico”, afirma.

Enquanto avança o processo de formação da sociedade entre as fabricantes de aviões Boeing e Embraer na aviação comercial, novos detalhes sobre a negociação têm emergido. Em um parecer sigiloso apresentado em dezembro, ao qual a Revista Exame teve acesso, o comando da Aeronáutica diz que a primeira proposta feita pela empresa americana, no final de 2017, previa a aquisição de toda a operação da Embraer. Na ocasião, segundo o documento, o governo avisou que vetaria a compra para preservar seu interesse estratégico na divisão militar, responsável por 8% das receitas da Embraer.

No formato final da transação, aprovada em fevereiro pelos acionistas, a seção de defesa e a de jatos executivos continuam sob controle nacional. Mas a Força Aérea levanta dúvidas sobre o futuro da Embraer e o que sobrará após a venda da área comercial aos americanos. O relatório aponta que a área de desenvolvimento de produtos é atualmente compartilhada entre as unidades e deve ser transferida para a divisão comercial. Isso ameaçaria a competitividade das restantes.

*Com informações da Revista Exame.