Luiz Inácio Lula da Silva deu início a uma das viagens internacionais mais estratégicas de seu terceiro mandato nesta terça-feira (11). Até sexta-feira, o presidente fará a visita de Estado à China, maior parceiro comercial do Brasil.

Empresários, governadores, senadores, deputados e ministros participarão dos encontros de negócios nas cidades de Xangai e Pequim. Haverá ainda reuniões bilaterais com as principais autoridades do país asiático, incluindo o presidente chinês, Xi Jinping.

Em entrevista ao programa A Voz do Brasil, Lula disse que a visita tem como propósito retomar a relação próxima com o país, tendo em vista que o relacionamento havia esfriado durante o governo Bolsonaro.

“O que nós queremos é construir uma parceria com os chineses, fazer sociedade com os chineses, para que eles possam fazer investimentos em coisas que não existem, uma nova rodovia, ferrovia, hidrelétrica, uma coisa qualquer que signifique algo novo para o Brasil”, afirmou.

A líder do PCdoB na Câmara dos Deputados, Jandira Feghali (RJ), destaca que a viagem reforça a visão multilateral da política internacional de Lula.
“É uma afirmação geopolítica de não submissão ao imperialismo norte-americano. E a necessidade de Lula de manter uma grande relação com seu principal parceiro comercial que é a China”, avalia.

Pelo menos 20 acordos serão assinados, inclusive no campo de tecnologia e de inovação.
“Certamente, traremos ao Brasil grandes avanços para esse projeto que o Brasil tem de se transformar em um país com projeto nacional de desenvolvimento soberano que é o que o país precisa”, afirma Jandira.

Presidente do Grupo Parlamentar Brasil-China, o deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA), vice-líder do Congresso, também enfatiza a importância de aproximar os dois países.

"As relações entre o nosso país e a China são de amizade, cooperação e respeito mútuo. É uma honra representar os interesses dos baianos e dos brasileiros nesta visita. Nossa expectativa é consolidar ainda mais as conexões entre as duas nações, além de potencializar os pactos econômicos e sociais”, diz.

Daniel relata ainda que a China é uma potência em tecnologia e referência no enfrentamento ao coronavírus.
“Em meio à crise sanitária que vivenciamos, conseguimos ter uma parceria fundamental no acesso a vacinas, medicamentos e insumos. Nesta visita, o elo com o país asiático tende a se fortalecer cada vez mais”, complementou.

Para o vice-líder do governo, deputado Renildo Calheiros (PCdoB-PE), a expectativa é positiva:

" Queremos consolidar ainda mais as conexões entre essas duas grandes nações e potencializar os pactos econômicos, sociais e culturais. É uma honra representar os interesses dos pernambucanos nesta visita, buscando firmar parcerias nas áreas da indústria, ciência e tecnologia, inovação, infraestrutura, agronegócio, turismo, energia e intercâmbio cultural".

Em 2022, a China importou mais de US$ 89,7 bilhões em produtos brasileiros, especialmente soja e minérios, e exportou quase US$ 60,7 bilhões para o mercado nacional. O volume comercializado, US$ 150,4 bilhões, cresceu 21 vezes desde a primeira visita de Lula ao país, em 2004. Esta será a terceira viagem de Lula como presidente brasileiro ao gigante asiático.

A comitiva deve participar da posse da ex-presidente Dilma Rousseff na presidência do banco dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). 

*Com informações da Agência Brasil.