Privatização da Eletrobras deixará conta de luz mais cara
O ex-presidente Lula se manifestou sobre a decisão desta quarta-feira (18) dos ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) em relação à privatização da Eletrobras. Na opinião dele, a venda da empresa vai deixar as contas de luz dos brasileiros mais caras.
“Sem uma Eletrobras pública, o Brasil perde boa parte da sua soberania e segurança energética. As contas de luz devem ficar ainda mais caras. Só que quem não sabe governar tenta vender empresas estratégicas, ainda mais correndo para vender em liquidação. #LuzParaPoucos”, postou o pré-candidato à Presidência da República no Twitter.
Em discurso no início do mês, na ocupação Vila Soma, em Sumaré (SP), o ex-presidente disse que iria lutar contra as privatizações da Eletrobras, Correios e Banco do Brasil. “Nós vamos brigar, vamos tentar evitar que os Correios sejam privatizados, vamos evitar que a Eletrobras seja privatizada, que o Banco do Brasil seja privatizado. Vamos recuperar a Petrobras para o povo brasileiro”, discursou na ocasião.
A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) também criticou a decisão dos ministros. Para ela, a soberania nacional se enfraquece com a privatização da Eletrobras. “Ontem sofremos com o 7×1 outra vez. O TCU aprovou, com apenas um voto contrário, o processo de privatização da Eletrobras. A soberania nacional se enfraquece. O povo sai prejudicado. Os trabalhadores sofrem as consequências. Pra variar, só grandes empresários se beneficiam”, criticou.
A deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC) afirmou que a venda da empresa é um "grave erro" e prejudicará ainda mais a população. "O fato é que a conta de luz dos brasileiros vai aumentar mais ainda", disse. A parlamentar esteve no início da semana com o ministro do TCU Jorge Oliveira para discutir a privatização da estatal.
Irregularidades
Num processo eivado de irregularidades, o TCU aprovou, por 7 votos contra 1, o andamento do processo de privatização da Eletrobras. Apenas o ministro Vital do Rêgo votou pela suspensão do julgamento.
O ministro apontou novamente irregularidades no procedimento como a falta de transparência, erros nos cálculos do valor da empresa, valoração de Itaipu e dividendos ligados à Eletronuclear.
Rêgo chegou a pedir a suspensão do processo até o tribunal concluir uma fiscalização sobre dívidas judiciais da companhia, que poderiam causar uma subavaliação da estatal, mas o pedido foi negado.
Para deixar de ser controlador da empresa, o governo Bolsonaro calcula receber R$ 67 bilhões. Vital do Rêgo disse que o valor está subvalorizado. De acordo com ele, o preço da estatal seria ao menos R$ 140 bilhões. “Fizeram um calendário louco para entregar essa Eletrobras à iniciativa privada”, criticou o ministro.