A formulação de uma lei específica, o fortalecimento do jornalismo profissional e a educação da sociedade para lidar com as redes sociais são alguns dos caminhos apontados por especialistas para coibir a proliferação de notícias falsas no Brasil. O impacto dessas notícias na democracia foi o tema da 11ª Conferência Legislativa sobre Liberdade de Expressão, que aconteceu nesta terça-feira (9) na Câmara dos Deputados.

O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) foi um dos que defendeu o resgate do “jornalismo autêntico” para lidar com as notícias falsas. Ele ressaltou que a radicalidade atual das posições políticas é terreno fértil para a proliferação desse tipo de informação falsa.

“Não é um tema novo, há tempos temos as ‘fake news’, mas em tempos de redes sociais e da hiperconectividade – que impulsiona o engajamento –, o fenômeno ganhou escala industrial. Sabemos que a busca do fato objetivo é quase inatingível, já que todo e qualquer fato narrado se converte em leitura; sempre há apropriação. Mas o que se pretende é aproximar ao máximo de uma informação que melhor traduza o acontecimento”, aponta o parlamentar.

Essa também é a visão do diretor executivo da rádio CBN, Ricardo Gandour. Para ele, a notícia falsa e o erro jornalístico se combatem com mais jornalismo. “A emissão de informação deve ter sujeito, que deve ser cobrado pela sociedade”, disse. Ele defendeu a atividade estruturada e profissionalizada do jornalismo, praticado com princípios e métodos.

Já na visão do presidente do Conselho de Comunicação Social – órgão auxiliar do Congresso Nacional –, Miguel Ângelo Cançado, “a superação da pós-verdade” passa pelo Parlamento. “Daqui, em sinergia com a sociedade, haverá de sair a solução para as crises que vivemos hoje”, apostou.

O evento foi promovido pelo Instituto Palavra Aberta em parceria com a Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Câmara dos Deputados.


Com informações da Agência Câmara