Durante 18 dias, entre 9 e 26 de julho, 6.100 atletas, de 41 países, competiram em 365 provas de 36 esportes nos Jogos Pan-Americanos de 2015, realizados em Toronto, no Canadá. Ao final da competição, o Brasil garantiu o terceiro lugar no pódio, com 141 medalhas. Para a Bancada do PCdoB na Câmara, o resultado faz parte de uma política assertiva do governo federal em relação ao esporte no país.

Desde 2010, mais de R$ 500 milhões já foram investidos nas modalidades disputadas no Pan. Eles incluem recursos para atletas, compra de equipamentos, estruturação de centros de treinamento e contratação de profissionais.

Para o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), ex-ministro do Esporte do governo Lula, “além de credenciar o país para o Top 10 nas Olimpíadas de 2016, a conquista no Pan reposiciona o Brasil no mundo e confirma que com projeto e políticas públicas acertadas, o esporte pode se tornar cada vez mais forte e se converter em um vetor importante do desenvolvimento”.

Segundo dados do Ministério do Esporte, 70% da delegação brasileira é composta por competidores inscritos no Programa Bolsa-Atleta. O beneficiado pelo programa recebe recursos que variam de R$ 370 a R$ 3.100, de acordo com a categoria, durante um ano. Até o ano passado, mais de sete mil atletas receberam o recurso.

“O Bolsa-Atleta é reconhecido como o maior programa de patrocínio individual de atletas no mundo. Mas esse resultado também é fruto da persistência, da determinação e da capacidade de superação dos nossos atletas,” ressalta o deputado Wadson Ribeiro (PCdoB-MG), que já foi secretário executivo do Ministério do Esporte.

Entre as histórias de superação mencionadas pelo deputado Wadson Ribeiro está a de Davi Albino, 29 anos, bronze na luta greco-romana. De origem humilde, Albino enfrentou a realidade da rua muito cedo, depois que sua família perdeu a casa onde morava para traficantes. O menino, então com 11 anos, era flanelinha na região do Ibirapuera, em São Paulo, próximo ao Centro Olímpico, onde Joanílson Rodrigues era professor de judô. Ele deixava seu carro sob os cuidados do garoto e sempre o convidava para treinar. Um dia Albino foi, atraído pelo lanche gratuito e pela ajuda de custo para pegar transporte público.

"Eu, por vir de um lugar muito pobre, não tinha perspectiva de vida. O esporte mudou minha vida. Quando recebi minha primeira convocação, em 2005, não ligava muito para a luta, ia treinar no Centro Olímpico por treinar, porque lá dava lanche, dava passe (de ônibus). Depois que fui chamado para a seleção brasileira comecei a pegar mais amor. A luta me abriu o mundo. Abriu meus olhos. Quem conhece o Capão Redondo sabe que a vida é muito difícil, o tráfico de drogas domina o local. Vejo que muitas pessoas de lá estão me mandando força e querem me assistir lutando. Isso é muito bom, poder mostrar que consegui sair de lá e vencer", relata o atleta, que é um dos bolsistas do Ministério do Esporte, em entrevista ao jornal O Dia.

“É a prova de que o esporte inspira em cada um de nós valores e exemplos para toda a vida”, reforça Wadson.

O presidente da Frente Parlamentar Mista do Esporte e bi-campeão mundial de judô, deputado João Derly (PCdoB-RS), também comemorou o desempenho do Brasil. No entanto, para o deputado, apesar de as políticas públicas do governo federal terem proporcionado novas condições para os atletas, ainda é preciso mais investimento. "Os recursos que temos hoje são bem maiores que em outros tempos, mas precisamos democratizar o acesso a esses investimentos e garantir que sigam após o próximo ciclo olímpico. Só assim iremos consolidar o esporte brasileiro como potência olímpica, mas principalmente como transformador de vidas. Nesse sentido é essencial a discussão de um Plano e um Sistema Nacional do Esporte", afirma.