Presidente do Grupo Brasil-China diz que isolamento dos EUA é perigoso

O deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA), presidente do Grupo Parlamentar Brasil-China, considera a postura adotada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que impôs tarifaços globais e depois recuou, um “isolacionismo perigoso”, com consequências que ultrapassam o embate bilateral com a China.
“A China é o principal alvo dos Estados Unidos, fica evidente, e o que se espera é que esta reação global seja suficiente para barrar essa tentativa de os EUA se pôr como xerife do mundo, de pensar só em si, achando que estando bem, todas as outras nações têm que aceitar”, diz o parlamentar.
Na avaliação dele, a recente escalada nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China, acende o alerta para os impactos globais da guerra comercial e a fragilidade do sistema multilateral de comércio. Afirma que se trata de ataque direto às regras que sustentam a ordem econômica internacional.
“A guerra comercial que foi deflagrada unilateralmente pelos Estados Unidos tem a pretensão de rasgar todas as regras, todas as leis que regem o mercado internacional e que vieram depois de conflitos como a Segunda Guerra Mundial”, observa o deputado, que é vice-líder do governo no Congresso.
Daniel reforçou que a estabilidade das relações comerciais depende do fortalecimento de pactos multilaterais e de uma perspectiva cooperativa entre as nações, e não de disputas por hegemonia.
“O mundo só pode ter equilíbrio se todos estiverem se beneficiando do progresso, do desenvolvimento, das relações comerciais. Não pode ser apenas para atender aos interesses de um Estado ou de uma nação. Por isso, a reação da China, que é a principal economia produtiva global, é fundamental. Ela não faz isso sozinha, mas se articulando com os demais países e buscando restabelecer as regras multilaterais que estão em vigência diante do mundo globalizado”, afirma.
O presidente do Grupo Parlamentar Brasil-China também chamou atenção para o papel estratégico do Brasil diante desse cenário.
“O Brasil precisa estar atento a isso, se associar a esse esforço de não aceitar a guerra comercial e se precaver para os danos que essas medidas podem provocar. Tudo isso é possível com boas articulações com a China, com a Ásia, com a Europa, especialmente com o fortalecimento do Mercosul”, considera.