Nesta terça-feira (10), o governo Lula apresentou, em evento na Câmara dos Deputados, uma série de iniciativas voltadas a pessoas com transtorno do espectro autista (TEA), doenças raras e outras neurodiversidades. O anúncio ocorreu durante um seminário proposto por parlamentares e reuniu representantes de diversos ministérios.

A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, destacou a criação de uma rede de pesquisadores focada em TEA, prevista para ser lançada até fevereiro. “Estamos comprometidos em acelerar a implementação dessa rede, que será fundamental para fomentar estudos científicos que abrangem desde o diagnóstico precoce até a inclusão social e profissional dessas pessoas”, afirmou.

Luciana Santos ressaltou ainda os investimentos do ministério na área: R$ 69 milhões foram destinados a 28 pesquisas sobre doenças raras e R$ 72,5 milhões para laboratórios que desenvolvem tecnologias assistivas voltadas para pessoas com deficiência e TEA.

O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, também apresentou medidas que serão implementadas com a entrada em vigor da Política Nacional de Cuidados, aprovada recentemente pela Câmara. “O Brasil precisa de uma rede mais estruturada e eficiente para atender pessoas com autismo e doenças raras, além de oferecer suporte às famílias que necessitam de cuidados especiais”, declarou.

Segundo Wellington Dias, a Política Nacional de Cuidados terá foco na assistência domiciliar, com equipes integradas de saúde e assistência social. A proposta visa atender prioritariamente pessoas com deficiência e idosos que dependem de auxílio para tarefas básicas do dia a dia.

Seminário reúne especialistas e parlamentares

O seminário sobre políticas públicas de saúde para TEA, doenças raras e neurodiversidades foi organizado pela deputada Flávia Morais (PDT-GO) e outros nove parlamentares. “Este evento é uma oportunidade para aprendermos com especialistas e atualizarmos as políticas públicas de acordo com as necessidades mais recentes”, disse Flávia na abertura.

Estiveram presentes o presidente da Comissão de Saúde da Câmara, deputado Dr. Francisco (PT-PI), a deputada Iza Arruda (MDB-PE) e representantes dos ministérios da Saúde, Educação e Direitos Humanos.

Dados alarmantes

De acordo com o IBGE, o Brasil possui 2 milhões de pessoas com TEA. Em relação às doenças raras, estima-se que, somadas, afetem cerca de 13 milhões de brasileiros, apesar de individualmente serem pouco frequentes.

As iniciativas anunciadas reforçam o compromisso do governo em ampliar a pesquisa, o diagnóstico precoce e a inclusão de pessoas com autismo e doenças raras, promovendo maior qualidade de vida e suporte às famílias.

*Com informações da Agência Câmara