Vietnã participa da cúpula do G20 no Brasil em novembro
Em 2024, Brasil e Vietnã comemoram 35 anos do estabelecimento de relações diplomáticas. Para celebrar essa data, o embaixador vietnamita, Bui Van Nghi apresentou, nesta terça-feira (20), um balanço do intercâmbio entre os dois países e anunciou uma agenda de comemorações a serem realizadas durante o G20, que ocorrerá no Rio de Janeiro em novembro deste ano.
A programação incluirá a inauguração de uma placa comemorativa marcando a presença do presidente Ho Chi Minh no Rio de Janeiro em 1912 durante sua jornada em busca da libertação nacional do Vietnã. Haverá um resgate histórico em memorial e a pintura de grafites sobre esse legado.
“Os 35 anos de relações diplomáticas do Brasil e Vietnã são por nós celebrados com a marca da admiração que temos pela resistência do povo vietnamita e busca incessante de desenvolvimento com justiça social. Como integrante do grupo de amizade Brasil-Vietnã manifesto minhas congratulações mais uma vez com o reconhecimento da importância estratégica das relações diplomáticas de nossas nações”, destaca o líder do PCdoB na Câmara, deputado Márcio Jerry (MA), coordenador interino do grupo parlamentar dos dois países.
O fortalecimento das atividades culturais e turísticas é uma prioridade em 2024 e 2025. Quanto à promoção da cooperação esportiva, os dois países planejam enviar treinadores e equipes de futebol do Brasil para o Vietnã. O governo brasileiro também receberá a equipe de futebol vietnamita para treinamento, workshops, torneios e partidas amistosas em homenagem aos 35 anos de parceria. Feriados nacionais vietnamitas também celebram essa relação histórica.
O embaixador Bui Van Nghi destacou que 2023 foi um ano significativo, tendo em vista o aprofundamento da parceria entre Brasil e Vietnã. Em setembro do ano passado, o primeiro ministro Pham Minh Chinh fez visita oficial, a quinta realizada por autoridade vietnamita desde o início das relações diplomáticas em 1989. Essa foi a primeira visita de alto nível após 16 anos.
O Brasil é o maior parceiro comercial do Vietnã na América Latina, com um volume comercial alcançando US$ 7,11 bilhões em 2023, número 5% maior do que em 2022. Em 1989, o comércio bilateral entre os dois países representava apenas US$ 16 milhões. Na atualidade, os valores crescem anualmente e ficam abaixo apenas dos contabilizados com os Estados Unidos.
“Há um potencial comercial gigante a ser explorado entre os dois países. O Vietnã está muito aberto para investimentos estrangeiros. Do Brasil, importamos muito milho, soja, algodão, ração para animais e máquinas. Queremos exportar mais produtos do Vietnã para o Brasil. O mais importante agora é estabelecer o entendimento entre as comunidades empresariais”, afirmou o embaixador vietnamita.
A ideia em 2024 é fortalecer ainda mais as relações entre Brasil e Vietnã. Uma das grandes oportunidades de cooperação será a Cúpula do G20. Os dois países querem focar em áreas como agricultura, ciência e tecnologia, cultura, tecnologia aeroespacial, esportes, turismo e intercâmbio entre os povos.
O Brasil assumiu a presidência do G20 em 2023 até 30 de novembro de 2024. Os assuntos prioritários estabelecidos pelo governo brasileiro são combate à fome, pobreza e desigualdade, as três dimensões do desenvolvimento sustentável (econômica, social e ambiental) e a reforma da governança global.
A Cúpula de Líderes do G20, em novembro, no Rio de Janeiro, terá a presença das lideranças dos 20 países-membros. São eles: Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Coreia do Sul, Turquia, Estados Unidos e União Europeia. O Vietnã participa como convidado do Brasil.
Criado em 1999 em resposta à crise financeira global, o G20 é um fórum de cooperação econômica internacional que tem como objetivo debater temas para o fortalecimento da economia internacional e desenvolvimento socioeconômico global. Desempenha um papel importante na definição e no reforço da arquitetura e da governança mundiais em todas as grandes questões econômicas internacionais.
*Com informações de Camila Borges