Representantes de servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) pediram na quarta-feira (14) o apoio de deputados para negociar com o governo federal o fim da greve da categoria, que começou no dia 16 de julho.

Eles pedem reajuste salarial, com incorporação de gratificação ao vencimento básico, a realização de concurso público e melhores condições de trabalho. O debate sobre a greve no INSS foi promovido pela Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados.

Após ouvir as reivindicações dos servidores, o presidente do colegiado, deputado Glauber Braga (PSol-RJ), sugeriu a formalização de um documento a ser enviado à ministra Esther Dweck, da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos. “O primeiro ponto é uma reivindicação ao ministério para que abra, de fato, um canal de negociação”, disse Braga.

Coordenadora da Frente Parlamentar em Defesa do Serviço Público, a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), se soma à luta dos servidores do INSS por melhores condições de trabalho.

Segundo ela, a Comissão de Serviço Público já aprovou uma audiência pública com a ministra Dweck, mas reforçou a importância da pressão parlamentar para que “essa negociação chegue a termo”.

“Eu e o deputado Rogério Correia temos participado de toda a negociação da greve, dos docentes e dos servidores, das universidades, e eu acredito que seja a hora de se buscar isso. A greve dos trabalhadores do INSS é justa, necessária e era previsível, se virmos o descaso de anos com que vêm sendo tratados”, pontuou Alice.

Durante a reunião, os representantes das categorias criticaram a terceirização de alguns serviços prestados pelo INSS e condições de trabalho nas agências do órgão, apontando falhas em processos de digitalização e de informatização.

“Nós temos três eixos aqui: a carreira, pauta remuneratória e condições de trabalho. Temos hoje um órgão sucateado. Os trabalhadores não têm equipamentos para trabalhar, a internet é lenta, os sistemas, obsoletos”, enumerou Thaize Antunes, representante de São Paulo na Federação Nacional de Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps). “E nós precisamos disso para, de fato, prestar um trabalho”, acrescentou.