Em votação simbólica, o plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira (19) o projeto da nova reforma do ensino médio que ampliou a carga horária mínima destinada à formação geral básica (FGB) das atuais 1.800 para 2.400 horas.

Além disso, fortaleceu os itinerários formativos, mas articulando-os com as quatro áreas de conhecimento previstas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

São elas: linguagens e suas tecnologias, integrada pela língua portuguesa e suas literaturas, língua inglesa, artes e educação física; matemática e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias, integrada pela biologia, física e química; e ciências humanas e sociais aplicadas, integrada pela filosofia, geografia, história e sociologia.

Para quem optar pelo ensino profissionalizante, a carga comum cai para 2.200 horas, restando 800 horas para aulas específicas dos cursos técnicos.

Enviado ao Congresso pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o projeto é uma alternativa ao Novo Ensino Médio (NEM) criado pelo governo de Michel Temer e implantado por Bolsonaro, um verdadeiro retrocesso na educação brasileira.

A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) considerou a aprovação da proposta no Senado uma vitória dos estudantes.

“Após diálogo e muito trabalho, o novo texto estabelece carga horária de 2.400 horas para disciplinas obrigatórias e espanhol como língua obrigatória. Agora, a proposta volta para a Câmara dos Deputados onde iremos lutar pela manutenção do texto vindo Senado e pelo fim do Notório Saber. Nossa luta continua!”, afirmou a deputada.

Na Câmara, onde o projeto sofreu grandes alterações na mão do relator, deputado Mendonça Filho (União-PE), considerado o pai do NEM, os estudantes prometem mobilização para manter as conquistas no Senado e levar a matéria à sanção presidencial.

“A gente conseguiu garantir que o relatório da professora Dorinha (Seabra, senadora do União-TO) mantivesse as 2.400 horas, que foi algo que a gente garantiu na Câmara, além disso a gente conseguiu uma conquista importantíssima, que foi a inclusão do espanhol como 13ª disciplina obrigatória. Então a gente avalia que esse relatório apresentou muitos avanços em relação à revogação, e a gente tem dado passos largos para chegar no nosso objetivo, que é de revogação total”, disse ao Vermelho o presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Hugo Silva, recentemente eleito.

Para que as conquistas sejam mantidas e o projeto não desfigurado, Hugo promete um corpo a corpo na mobilização.

 “A gente vai estar lá incansável, batendo em cada gabinete de deputados e deputadas para garantir que os estudantes sejam respeitados. A nossa luta não acabou no Senado”, disse.