A fala do presidente Lula em que comparou a ação de Israel na Faixa de Gaza ao extermínio de judeus pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial repercutiu no Plenário da Câmara dos Deputados. Parlamentares governistas defenderam o discurso do presidente e criticaram a ação do governo israelense contra o povo palestino enquanto oposicionistas criticaram a fala de Lula.

A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), líder do PCdoB na Câmara, afirmou que o discurso de Lula foi uma crítica à ação do governo israelense e não ao povo judeu.

“O presidente Lula fala de Hitler – nem a palavra holocausto ele usou. Ele repudia o genocídio que foi feito contra o povo judeu no período do nazifascismo na Segunda Guerra Mundial”, afirmou. Para Feghali, só quem não vê o que está acontecendo na Palestina considera que não há genocídio.

O presidente Lula classificou como “genocídio” e “chacina” a ação de Israel na Faixa de Gaza. Ele comparou a ação israelense ao extermínio de milhões de judeus pelos nazistas chefiados por Adolf Hitler durante a Segunda Guerra Mundial. Lula falou em entrevista durante a 37ª Cúpula da União Africana em Adis Abeba, na Etiópia.

“O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu: quando o Hitler resolveu matar os judeus”, disse, no domingo (18). O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, disse que a fala é “vergonhosa” e que Lula “cruzou uma linha vermelha”.

Depois das declarações, o governo israelense declarou Lula como persona non grata, ou seja, o presidente brasileiro não é mais bem-vindo em Israel. Em resposta, o governo brasileiro mandou seu embaixador em Israel voltar para o Brasil.

A ofensiva militar israelense em Gaza, em resposta aos ataques terroristas do Hamas, deixou pelo menos 29 mil mortos, a maioria mulheres, adolescentes e crianças, segundo o Ministério da Saúde do território.