Ministra da Saúde defende fortalecimento do SUS como prioridade da Pasta
O fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), com atenção especial ao financiamento, foi a principal prioridade apontada pela ministra da Saúde, Nísia Trindade, em audiência pública conjunta das comissões de Saúde e de Defesa dos Direitos do Idoso da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (19).
A ministra reforçou que 75% dos brasileiros dependem exclusivamente do SUS e apontou o impacto social e econômico do sistema, destacando o caráter inclusivo que, a partir da Constituição de 1988, incorporou ao atendimento grupos como os trabalhadores informais e a população rural.
A ministra falou ainda sobre os programas Farmácia Popular, Mais Médicos e a redução da fila de cirurgias eletivas, além do fortalecimento da atenção primária. Ela lamentou o aumento dos índices de mortalidade materna e o retorno do país ao mapa da fome.
Requerente do debate, a líder do PCdoB na Câmara, deputada Jandira Feghali (RJ), apontou que apesar do pouco tempo do governo, Nísia já apresentou grandes mudanças nos rumos da Pasta, que durante a gestão Bolsonaro promoveu um verdadeiro desmonte da saúde pública.
“Cem dias é muito pouco para apresentar resultados, mas a primeira mulher ministra da Saúde do Brasil já entregou muito: o novo Mais Médicos; a priorização da saúde materno-infantil; a atenção para os hospitais federais do Rio, onde reinava o caos; e a retomada das campanhas de vacinação, entre outros resultados que o Ministério já começa a apresentar. Sugeri dois debates futuros, sobre orçamento e saúde mental, e tenho certeza de que, com Nísia, a Saúde do Brasil está em muito boas mãos. Como ela mesma disse, e assino embaixo: ‘A nossa saúde estava doente. O nosso trabalho é de cuidado e de cura. Este é o nosso compromisso.’”
Vacinas
Nísia também apresentou números sobre desperdício de vacinas contra a Covid: perda de 38,9 milhões de doses desde 2021, com um prejuízo estimado em R$ 2 bilhões.
Ela alertou ainda para a baixa cobertura vacinal de várias doenças, além da falta de vacinas contra sarampo e poliomielite. “Temos visto, ainda hoje, um ataque frequente, nas redes, a nosso movimento nacional pela vacinação", relatou. Ela fez um apelo aos deputados para que integrem o movimento. "E nos ajudem a impedir a propagação dessas fake news”, salientou.