Brasileiros querem mudança na política monetária do BC, avaliam deputados
Pesquisa do Datafolha, divulgada na noite deste domingo (2), aponta que 80% dos entrevistados avaliam que o presidente Lula age bem ao pressionar o Banco Central pela redução da taxa de juros, atualmente em 13,75% ao ano. Enquanto, apenas 16% afirma que Lula age mal. 71% acreditam que os juros estão mais altos do que deveriam e apenas 17% dizem que estão adequados; 5%, mais baixos do que o necessário.
Até entre os eleitores de Jair Bolsonaro, que indicou Roberto Campos Neto para o Banco Central, os juros estão abusivos. Segundo a pesquisa, 77% afirmaram que os juros estão mais altos do que deveria.
Para a líder do PCdoB na Câmara, deputada Jandira Feghali (RJ), a pesquisa mostra que “o país exige mudanças urgentes na política monetária fracassada do Banco Central, herança maldita do desgoverno anterior”.
“O Brasil tem os maiores juros do mundo, que inibem o setor produtivo, geram desemprego e jogam milhões na miséria. O povo está com Lula nesta batalha”, afirmou Jandira.
Para o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), as taxas abusivas, mantidas pelo Copom em sua última reunião, são inimigas do desenvolvimento do país.
“O povo sabe disso! 80% dos brasileiros concordam com a pressão do presidente Lula para que o BC baixe a Selic. Ninguém aguenta mais trabalhar para encher as burras de especuladores e banqueiros”, destacou.
Desde o início do seu governo, o presidente Lula tem feito duras críticas ao presidente do Banco Central por manter a Selic em 13,75% ao ano. O Copom mantém a taxa básica de juros neste patamar desde setembro de 2022.
A pressão pela redução dos juros encontra eco também no Parlamento. Já em fevereiro, um grupo de deputados de diferentes partidos lançou uma campanha em defesa de juros mais baixos, além de uma frente parlamentar para debater o tema no Congresso.
Na ocasião, o vice-líder do Governo na Câmara, deputado Renildo Calheiros (PCdoB-PE), afirmou que a luta contra os juros altos é uma das mais importantes no país. “O Brasil pratica uma das mais altas taxas de juros do mundo. Nos EUA, em parte da Europa, se pratica juro negativo, ou seja, abaixo da inflação. Isso acontece para estimular a economia, os investimentos. No Brasil, não. Está sendo feito de cabeça para baixo”, disse.
O parlamentar reforçou que taxas de juros altas inibem a atividade econômica. “A especulação financeira nada produz. Não gera riqueza, emprego, trabalho. Não distribui renda, nem desenvolve a economia. Precisamos levar o Brasil ao caminho do desenvolvimento econômico e um dos aspectos para isso é que tenhamos taxas de juros estimuladoras para que as pessoas se desloquem para o setor produtivo, e não para a especulação financeira”, salientou.