Daniel Almeida condena ataques e exalta Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa
Uma parcela da sociedade ainda insiste em agir de forma hostil e preconceituosa quando falamos em pluralidade de religiões. O deputado Daniel Almeida (PCdoB) – autor da Lei 11.635, que institui 21 de janeiro como Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa – destaca a necessidade de um maior diálogo e combate a este crime.
"O Brasil é um país rico de diversidades. Não é aceitável que pessoas sejam violentadas física e/ou psicologicamente por conta de suas escolhas religiosas. Vivemos em uma democracia e o respeito precisa prevalecer sempre. A data é importante pois chama a atenção para a urgência de intensificarmos o debate sobre o tema, propormos mudanças e punições mais rígidas para os intolerantes", opina.
O parlamentar enfatiza também uma triste realidade: as religiões que mais sofrem opressões são as de matrizes africanas.
De acordo com um levantamento feito em 2022, pela Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde (Renafro) e a entidade Ilê Omolu, 78,4% de pais e mães de santo brasileiros já foram alvos de violência, seja por intolerância ou racismo.
"Sem dúvida, as religiões de matriz africana como candomblé, umbanda, e outras manifestações, são as mais agredidas. É quase impossível você não conhecer relatos de terreiros que foram depredados ou religiosos violentados, e até mortos, motivados pela intolerância. Isso precisa acabar. As pessoas necessitam de respeito e paz", afirma Daniel.
A Lei
Sancionada em 2007, a Lei 11.635 determina que anualmente no dia 21 de janeiro seja comemorado o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. A data é uma homenagem a Iyalorixá baiana Gildásia dos Santos e Santos.
Mãe Gilda, como era conhecida, foi fundadora do Ilê Axé Abassá de Ogum, Terreiro de Candomblé localizado em Salvador (BA). No final de 1999 teve a sua vida exposta em um jornal religioso com uma matéria mentirosa e sensacionalista. Tal feito gerou consequências inimagináveis. Ordeiros invadiram o lugar que morava, agredindo-a juntamente com o seu esposo. Além da violência física e verbal, diversas imagens sagradas foram destruídas.
Já com a saúde fragilizada, Mãe Gilda não suportou os ataques, teve uma piora no quadro, sofreu um infarto e faleceu no dia 21 de janeiro de 2000.
"Homenagear a Mãe Gilda é uma forma de não deixar sua importância cair no esquecimento. O que aconteceu com ela e toda família foi terrível. Religiosos que tanto pregavam sobre o amor não souberam amar e respeitar as diferenças. O mais triste é que, hoje, vinte e três anos após, ainda temos que lutar pela liberdade religiosa e respeito. A luta continua! Pela Mãe Gilda e por todos que sofrem com o gosto amargo da intolerância", finalizou o deputado.