A Câmara dos Deputados realizou nesta terça-feira (19) uma sessão solene em homenagem ao Dia dos Povos Indígenas, celebrado no dia 19 de abril.

O evento – aberto com o pronunciamento da deputada Joenia Wapichana (Rede-RR), primeira mulher indígena a ser eleita para a Câmara – contou com a presença de lideranças indígenas de várias regiões do Brasil e entidades indigenistas, que protestaram contra o garimpo ilegal em suas terras e a votação de propostas que flexibilizam essa atividade.

Segundo Joenia, o governo segue incentivando o garimpo nos territórios indígenas. Ela também afirmou que políticas públicas voltadas aos povos originários estão negligenciadas.

A vice-presidente do PCdoB, deputada Jandira Feghali (RJ), fez uma homenagem aos ativistas e apoiadores do povo Xipaya, que tem vivido uma situação muito difícil com os ataques de criminosos e garimpeiros que continuam ocupando seu território.

Ela reafirmou o compromisso da Bancada do partido contrária às propostas em análise na Casa, “que buscam retirar direitos conquistados inclusive na Carta Magna”.

“Continuaremos resistindo, pois, o que nós temos que celebrar hoje é a cultura, a sabedoria dos povos indígenas e dos demais povos tradicionais. É celebrar uma cultura que é trazida para nós e que nos faz pensar o Brasil profundo e a imensa resistência que une os povos indígenas em nome do Brasil, da soberania nacional e da nossa identidade”, disse.

Redes sociais

Outros parlamentares da Bancada comunista usaram suas redes sociais para celebrar o Dia do Índio.

Para o líder do PCdoB na Câmara, deputado Renildo Calheiros (PE), é dever de todos “respeitar e valorizar os índios”. O parlamentar também denunciou que a política negacionista do governo federal fez com que os índios estivessem entre as principais vítimas da Covid-19.

“Neste Dia do Índio, temos a oportunidade de reafirmar nossa luta contra os ataques do governo Bolsonaro. Estamos mobilizados no Congresso Nacional em defesa dos direitos dos povos originários e contra projetos nefastos, como o PL 191/20, que permite a mineração em terras indígenas”, escreveu no Twitter.

A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) também destacou que, durante o governo Bolsonaro, os índios se tornaram alvos de ataques. “Defender os direitos dos índios é um dever de todos. É defender a soberania nacional. Chega de violência e retrocessos”, afirmou.

Segundo o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), o dia dos povos indígenas “é data de resistência daqueles que lutam para sobreviver, manter suas terras longe das garras do garimpo e desmatamento predatórios, incentivados pelo governo genocida”. “Bolsonaro será derrotado pela força milenar dos povos originários!”, diz uma postagem em suas redes.

Na mesma linha, a deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC) ressaltou que a data “é dia de luta e resistência dos povos indígenas e de todos que se opõe aos retrocessos desse governo do etnocídio”. “Bolsonaro é inimigo dos indígenas, chegou a negar água tratada p as comunidades na pandemia”, lembrou.

O deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA) frisou: “Em tempos de ataques aos direitos dos povos originários, devemos lutar para que cada população indígena tenha suas terras e sua integridade asseguradas. Resistência e luta indígena!”.