No Brasil, o trabalho é proibido para quem ainda não completou 16 anos, como regra geral. No entanto, a realidade no país está longe de obedecer a legislação e a subnotificação do trabalho de crianças e adolescentes de 5 a 14 anos esconde o tamanho do problema. Segundo um estudo inédito do pesquisador brasileiro Guilherme Lichand, da Universidade de Zurique (Suíça), e de Sharon Wolf, da Universidade da Pensilvânia (EUA), o trabalho infantil no país pode ser sete vezes maior do que apontam as estatísticas oficiais.

Em 2015, os dados mostravam que 2,5% das crianças brasileiras nessa faixa trabalhavam, o equivalente a 738,6 mil pessoas, segundo dados mais recentes do World Development Indicators, compilação de estatísticas internacionais do Banco Mundial. Mas estudo do pesquisador brasileiro concluiu que esse percentual, na verdade, seria de 19,15%, ou 5,658 milhões de crianças.

Para o deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA), este é um problema grave e crônico e que precisa ser combatido urgentemente.

“Criança não trabalha! Ela precisa estudar, brincar e ter seus direitos garantidos. A pesquisa afirma que 5,7 milhões de crianças de 7 a 14 anos estão trabalhando. Um absurdo! Cadê o governo Bolsonaro para garantir que crianças não tenham que trabalhar para ajudar seus pais. Muitas já assumem responsabilidades na renda da casa, comprometendo a frequência na escola. Esse governo é especialista em promover a vulnerabilidade social. Basta”, afirmou o parlamentar.