Na última semana, a Meta, proprietária do Facebook e do Instagram, anunciou que identificou e derrubou uma rede de perfis e contas ligadas a dois militares do Exército brasileiro que executava uma operação de desinformação sobre temas ambientais. De acordo com o relatório produzido pela empresa de inteligência digital Graphika, os perfis criticavam a atuação de organizações não-governamentais e elogiavam a ação do Exército no combate ao desmatamento na Amazônia.

Relator do Projeto de Lei (PL) de Combate às Fake News na Câmara, o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) apresentou nesta quarta-feira (13), um requerimento de informações (RIC 210/2022) ao ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, sobre as medidas adotadas em relação ao caso.

No documento, o parlamentar questiona, por exemplo, se a participação dos militares foi comprovada e se os responsáveis pelos perfis já foram identificados; quais as ações adotadas até o momento; e se a Pasta pretende punir os militares caso seja comprovada a atuação; entre outros questionamentos.

“É preciso evitar que este tipo de ação volte a acontecer. Queremos saber quem são os criminosos e as ações adotadas”, afirmou Orlando.

Diante do relatório apresentado, o Exército, por meio de nota, afirmou que “não fomenta a desinformação por meio das mídias sociais. A instituição possui contas oficiais nessas mídias e obedece as políticas de uso das empresas responsáveis por essas plataformas. Assim, o Exército já entrou em contato com a empresa Meta para viabilizar, dentro dos parâmetros legais vigentes, acesso aos dados que fundamentaram o relatório, no que diz respeito à suposta participação de militares nas atividades descritas”.

Para Orlando, diante do posicionamento do Exército, “a solicitação das informações por parte do Parlamento é relevante, pois consideramos que preceitos da ética militar como cultuar a verdade, a lealdade, a probidade e a responsabilidade como fundamentos de dignidade pessoal podem ter sido descumpridos”.