Deputados vão ao MEC tratar da crise das universidades e institutos federais
A Bancada da Bahia se reuniu na tarde desta terça-feira (24) com o ministro da Educação, Abraham Weintraub, para tratar dos cortes das universidades e institutos federais baianos, além da nomeação de Luzia Mota, reitora eleita do Instituto Federal da Bahia.
Para o líder da bancada baiana e do PCdoB na Câmara, deputado Daniel Almeida, a impressão é de que não há interesse do ministro em discutir os temas propostos pelos parlamentares.
“A sensação que ficou é que não há interesse do ministro em discutir os interesses da bancada na colaboração para o funcionamento das universidades. Nós vamos continuar insistindo que cabe ao MEC defender as universidades e ao ministro, receber a bancada. Não se trata de um favor, e sim, de uma obrigação de quem ocupa o cargo”, disse o parlamentar.
A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) também participou da reunião. Ela questionou Weintraub sobre o sistema de transição do Future-se nas universidades e a decisão do MEC de contratar professor sem concurso para instituição que aderir ao programa.
Na ocasião, a parlamentar também apresentou ao ministro uma tabela com o valor total dos cortes das universidades federais baianas. O ministro alegou que os dados eram falsos, e se limitou a dizer que o governo está buscando desbloquear os recursos e que o Future-se irá contribuir com essa captação de verbas. Porém, o programa ainda nem foi apresentado ao Congresso e os deputados solicitavam uma resposta para a crise atual das instituições, que não sabem como vão concluir as atividades neste ano.
Em relação à decisão do MEC de contratar professor sem concurso, Weintraub classificou a medida como uma “válvula de escape” para diminuir os gastos do governo com pessoal. O ministro não explicou a demora para a nomeação dos reitores das universidades e institutos, não respondendo ao questionamento dos deputados sobre a nomeação da reitora eleita do IFBA, Luzia Mota.
“Mais uma vez, o ministro apresentou seu discurso privatista. Ele alega que não defende a privatização das universidades, mas apresenta um programa que irá entregar as instituições ao mercado. Saímos da reunião ainda mais convencidos de que esse governo é o maior inimigo da educação. Continuaremos na luta por recursos e em defesa da autonomia universitária”, afirmou a deputada Alice Portugal.