Líderes no Congresso e presidentes de partidos aliados tiveram encontro com a presidenta Dilma Rousseff nesta segunda-feira (3) no Palácio da Alvorada para definir a estratégia de trabalho neste segundo semestre legislativo. No jantar, foram estabelecidas ações de unificação do comportamento da base aliada para garantir a governabilidade e a defesa da democracia.

Além da presidente nacional do PCdoB, deputada Luciana Santos (PE), o vice-líder do governo na Câmara, deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), e o vice-líder do PCdoB na Câmara, deputado Rubens Pereira Jr (MA), participaram da reunião. Luciana Santos avaliou positivamente a discussão.  “Nós debatemos sobre a necessidade de 'coesionar' a base e de ficarmos atentos a uma agenda que deve ser mais propositiva, em que nós precisamos dar mais visibilidade ao plano de exportação que deve garantir a retomada do crescimento e montar uma contraofensiva no debate de ideias, procurando esclarecer o que está ocorrendo no país.”

Segundo Orlando Silva, a presidenta sinalizou que tem de intensificar o diálogo do governo federal com o Parlamento. "Ela mostrou muita confiança nas medidas que tem adotado para retomar o crescimento econômico. Demonstrou muita convicção que esse diálogo será decisivo para a estabilidade do país. A presidenta está muito otimista que o Brasil tem instituições sólidas. Dilma confia que, em breve, viveremos um momento bem distinto desse pessimismo que marca o Brasil de hoje."

Foram duas reuniões na segunda-feira (3). À tarde, os líderes da base estiveram com o vice-presidente Michel Temer para discutir prioridades e pautas do Congresso. “Nós tratamos dos projetos de lei que impactam no orçamento da União. É necessário avaliarmos caso a caso para termos um comportamento que não prejudique o esforço para equilibrar o orçamento federal. Falamos também da necessidade da base de se comportar de maneira mais coesa na perspectiva de garantir a governabilidade”, afirmou Luciana Santos.

Apesar do enfrentamento da grave crise política, a presidente Luciana Santos destacou que todos devem continuar com foco no objetivo de o país se desenvolver e incluir socialmente. “Nós passamos um momento muito crítico e grave da conjuntura nacional em que há muitas forças incomodadas, não com a corrupção. O que estamos assistindo é uma disputa eminentemente política, em que está em jogo um projeto do Brasil. Ou afirmamos as conquistas sociais deste ciclo político iniciado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2003, ou vamos retroceder ao tempo em que o país e suas principais ferramentas de indução do desenvolvimento, como a Petrobras e o BNDES,  só serviam para privatizar o patrimônio nacional. Esses entreguistas não cansam. Eles querem persistir no seu projeto político que é tornar o Estado mínimo, fazendo com que o estado brasileiro não cumpra a sua função precípua que é desenvolver o país e garantir a inclusão social.”

Dilma reforçou que o governo encara o cenário de crise como um momento de travessia e que o “horizonte é positivo” com o ajuste. Ela relacionou o contexto ao efeito do preço das commodities, do câmbio e lembrou que os países emergentes também estão em dificuldades.

Outro ponto destacado pela presidenta foi a importância da aprovação do ajuste fiscal e dos vetos às propostas que elevam as despesas, como o reajuste dos servidores do Judiciário. “Dilma pediu responsabilidade fiscal, respeitando a separação e a harmonia entre poderes”,disse Rubens Pereira Jr.