Discutir as condições de saúde, garantias de respeito aos direitos humanos e a possível libertação de Islam Hamed. Esses foram os objetivos do encontro realizado entre as comissões de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) e de Direitos Humanos e Minorias (CDHM), com o embaixador da Palestina, Ibrahim Alzeben, e o subsecretário-geral das Comunidades Brasileiras no Exterior, Carlos Alberto Simas Magalhães.

O caso de Islam Hamed vem chamando atenção e ganhando destaque na mídia. Ele está em greve de fome há mais de 70 dias, como forma de protesto. Hamed reivindica sua liberdade e o regresso ao Brasil. Ele teve sua pena expirada em setembro de 2013, e, desde então, permanece detido sem base legal pelas autoridades palestinas, apesar de decisão da Suprema Corte Palestina determinando sua soltura.

Para a deputada Jô Moraes (PCdoB-MG), presidente da CREDN, é fundamental uma reunião com o embaixador de Israel, para que se encontre uma solução o mais rápido possível. “Nós queremos apenas que sejam asseguradas condições humanitárias e garantia de vida para ele. Isto, naquela região, só pode ser feito se Israel demonstrar boa vontade, assim como a Autoridade Palestina demonstrou a boa vontade de libertá-lo imediatamente”, relatou a parlamentar.

No encontro entre as comissões e o representante da Palestina, foram avaliados os direitos do prisioneiro, que, de acordo com familiares que o visitaram na prisão, são violados continuamente. A situação se agrava porque Islam está com a saúde debilitada, em função da greve de fome.

O governo da Autoridade Palestina afirma que só libertará Hamed caso o Brasil se comprometa com sua segurança, o que, de acordo com o Itamaraty, não pode ocorrer, uma vez que o governo brasileiro não exerce poder de polícia em território Palestino, ocupado por Israel. De acordo com o embaixador palestino, Ibrahim Alzeben, “a solução para o caso depende apenas de Israel”.