Na lista dos agraciados com a medalha de prata estão todos os deputados que foram constituintes, entre eles, Edmilson Valentim do PCdoB (RJ). Ex-operário metalúrgico, negro e comunista, com o reconhecimento público à sua trajetória de trabalho parlamentar, Edmilson Valentim, indicado pela Bancada do PCdoB, esteve na entrega da condecoração e lembrou ter sido o mais jovem constituinte, com apenas 23 anos.
 
“Eu queria primeiro agradecer à bancada do PCdoB pela gentileza de me indicar para ser agraciado. Éramos cinco do PCdoB: Eduardo Bomfim (AL), Aldo Arantes (GO), Haroldo Lima (BA) e Lídice da Mata (BA). Eu sou o mais novo do PCdoB e o mais novo da Constituinte. Entrei no PCdoB com 20 anos e neste ano faço 30 anos no partido e 50 anos de vida. A Constituinte foi uma experiência que substitui livros, discursos, pois vivemos na prática a luta de classes, a luta do capital versus o trabalho, debate entre o moderno e o atrasado”.
 
O Brasil optou por um texto detalhista. São 250 artigos que já sofreram quase 80 emendas nestes 25 anos.  “A universalidade de acesso aos serviços de saúde está colocado na Constituição. É uma das constituições que mais garante direitos. Esse é o objetivo a ser perseguido. Quando os conservadores ou elitistas diziam que a Constituição não precisava ser detalhista, o povo brasileiro ansiava por respostas. A constituição representou aquele momento de luta e teceu aos detalhes de muitas áreas”. 
 
Para Manuela D'Ávila, líder do PCdoB na Câmara dos Deputados, é preciso aproveitar o aniversário de 25 anos da nossa Constituição democrática para pensar em mudanças mais profundas que transformem efetivamente a política. “O central é acabar com o financiamento privado das campanhas eleitorais, garantindo mais transparência. Para fazer isso, temos de buscar um acordo amplo que garanta a aprovação de lei ordinária, sem mexer na Constituição", afirma.
 
Medalhas de ouro foram entregues para os quatro presidentes de Poder do país: a presidente Dilma Rousseff, os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa.
 
Henrique Eduardo Alves foi deputado constituinte e recebeu a medalha das mãos do vice-presidente da Assembleia Nacional Constituinte, deputado Mauro Benevides (PMDB-CE). Ele ressaltou que com a promulgação da Constituição Federal de 1988, o Brasil transpôs definitivamente um momento sombrio de sua história, quando as liberdades não eram respeitadas, os direitos fundamentais insistentemente negligenciados e a cidadania representava um sonho distante na cabeça daqueles que almejavam construir no nosso País uma democracia sólida.
 
“Me recordo em detalhe daqueles 20 meses! Discutimos e votamos mais de 60 mil emendas, centenas de propostas, algumas com milhões de assinaturas. Foram mais de 24 mil horas de discursos e debates. Esta Casa funcionava 24 horas por dia! As comissões realizaram 182 audiências públicas – depois, no Plenário, tivemos 1.021 votações. Foram 330 sessões num processo longo e exaustivo.” 
 
Daniel lembrou a luta do PCdoB para a elaboração da carta magna e destacou o trabalho do deputado constituinte Haroldo Lima e do presidente do Partido à época, Péricles de Souza, presentes no plenário. “Temos o direito de sonhar e vamos continuar sonhando para avançar nas mudanças”, disse Daniel Almeida.
 
A deputada Jô Moraes lembra que o momento constituinte foi uma explosão de participação generalizada. “Como disse Ulysses Guimarães no discurso dele, 10 mil pessoas diariamente circulavam pelos corredores do Congresso”, lembrou Jô Moraes. 
 
Foram distribuídas ainda medalhas de bronze para jornalistas e servidores públicos que acompanharam os trabalhos da Constituinte, entre eles os jornalistas Jorge Bastos Morenos, Ricardo Noblat, Carlos Monfort, Cristiana Lobo, Tereza Cruvinel, Eliane Cantanhêde, Sônia Carneiro entre outros, além do atual secretário geral da Câmara, Mozart Vianna.
 
 
História
O presidente da Assembleia Nacional Constituinte, deputado Ulysses Guimarães queria entregá-las para comemorar a aprovação da Carta Cidadã, homenageando os deputados e senadores constituintes, os presidentes dos Poderes e colaboradores. Mas ele determinou a confecção das medalhas sem a aprovação pela Mesa Diretora ou pelo plenário da Casa. Uma ação popular movida em Porto Alegre (RS) questionou o uso de recursos públicos, sem aprovação do plenário, e a entrega acabou sendo suspensa.
 
Assessoria de Comunicação
Liderança do PCdoB/CD
Tatiana Alves