O fluxo de pessoas vindas da ilha do Caribe começou em 2010,quando o país viveu um dos piores terremotos de sua história. Mais de quatro mil pessoas entraram no Brasil, por meio da cidade de Brasiléia, no Acre, e Tabatinga, no Amazonas.

Atualmente, os haitianos estão abrigados em uma casa com três quartos, dois banheiros e um galpão nos fundos de imóvel que era usado como depósito de materiais recicláveis. Segundo explicou Perpétua Almeida, eles dormem em colchonetes (doados), lado a lado, para aproveitarem bem o espaço.

Desta forma um colchão de solteiro é capaz de abrigar duas pessoas. “O cheiro desagradável de mofo mistura-se ao da urina no vaso sanitário sem descarga, devido à falta de água. Mulheres dormem na varanda com suas crianças. Há também mulheres gestantes prestes a dar à luz. A casa sem energia elétrica comportaria no máximo uma família de seis pessoas”, afirmou.

Após conversa com os imigrantes, Perpétua Almeida alertou que existe um grupo pequeno, mas bastante violento, organizando uma ação no sentido de intimidar as autoridades brasileiras, inclusive com ameaças de tornar refém o representante da Secretaria Estadual de Justiça que está lá prestando assistência, Damião Borges, caso o Brasil não acelere a documentação dos que lá estão.

Segundo informação dos haitianos, esse grupo mais violento provavelmente é ligado aos coiotes que atuam no Peru e Bolívia e até dentro do Haiti, onde apresentam o Brasil como uma ilha de prosperidade.

Durante a visita, a parlamentar acreana sugeriu necessidade de se fazer um cadastramento da formação de cada um para que as empresas saibam a disponibilidade dos profissionais e, assim, evitar a exploração.

Perpétua Almeida tem uma viagem programada para o Haiti em outubro. “Entendo que o governo federal precisa urgentemente melhorar as condições de abrigo dessas pessoas, ao mesmo tempo em que se torna tão urgente quanto se unir aos outros países, onde a rede de coiotes atua, para coibir essa prática.

A entrada de tantos haitianos, de forma ilegal no Brasil, é prova real do quanto a fronteira brasileira está desguarnecida, disse.

"Vou levar minhas impressões ao Itamaraty, aos ministérios da Justiça e das Relações Exteriores. Na minha última conversa com o ministro Patriota, dia 18, quando ele foi à audiência publica na Comissão, retomei o assunto dos haitianos e ponderei pela necessidade urgente da visita dele ao Acre e ele me garantiu agendar esta visita, brevemente”, lembrou a deputada.
 

Assessoria de Comunicação

Liderança do PCdoB/CD

Com informações da Assessoria da Deputada