Quarenta deputados federais do Acre, Pará, Amazonas e Rondônia assinaram a urgência para votar, no Plenário da Câmara, a Proposta de Emenda Constitucional (556/02) que tramita no Congresso há dez anos e, na Câmara, desde 2007.

A proposta equipara a pensão dos soldados da borracha ao soldo dos ex-combatentes de guerra. Além de outros direitos, como aposentadoria especial, igualdades de salários.

Em audiência pública realizada nessa semana, na Comissão da Amazônia, a deputada Perpétua Almeida (AC), relatora da proposta, pediu urgência na votação da PEC.

“O Brasil tem compromisso moral com estas famílias. Hoje, cerca de 12 mil soldados da borracha aposentados tem idade média de 78 a 95 anos cadastrados no Ministério da Previdência. Como já atingem uma idade avançada, devem ser reconhecidos em vida pelo esforço de guerra naquela época tão difícil", defende.
A deputada pediu apoio das bancadas de outros estados (Sul, Sudeste e Centro-Oeste) a se envolverem também de forma direta na questão. “A luta não é de uma ou duas pessoas, e sim de todos os senadores e deputados. Sem união não vamos avançar”, afirmou Perpétua.

Soldados da borracha – Conhecidos por este nome, os brasileiros foram chamados pelo governo a irem para a Amazônia trabalhar na produção de borracha para atender à grande demanda e a insuficiente produção na época da Segunda Guerra.

Em plena guerra, os japoneses cortaram o fornecimento de borracha para os Estados Unidos. Como resultado, milhares de brasileiros do Nordeste foram enviados para os seringais amazônicos, em nome da luta contra o nazismo.

Só a partir da Constituição de 1988, mais de 40 anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial, os Soldados da Borracha ainda vivos passaram a receber uma pensão como reconhecimento pelo serviço prestado ao país. Hoje lutam para ter garantido os mesmos direitos que os ex-combatentes de guerra conseguiram.

A deputada é filha de soldado da borracha e se diz “agoniada” pela espera do pai pelo reconhecimento. “Este assunto mexe comigo desde a infância. Meu pai é soldado da borracha e já tem 90 anos. E vem a agonia de filha, e de deputada ao mesmo tempo. Vamos colocar a PEC em pauta. É uma reivindicação dos acreanos e os rondonienses e um dever do país com esses heróis da pátria”.

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Tatiana Alves