O presidente Jair Bolsonaro voltou a afirmar que a vacinação contra a Covid-19 não será obrigatória.

Em conversa com seus apoiadores transmitida nesta segunda-feira (19) pelo canal "Foco do Brasil", o presidente criticou o governador de São Paulo, João Doria, por ele ter afirmado que a CoronaVac, vacina desenvolvida e testada pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac, será obrigatória em todo o estado se for aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

"Meu ministro (da Saúde, Eduardo Pazuello) já disse claramente que não será obrigatória essa vacina e ponto final. Tem um governador aí que está se intitulando o médico do Brasil dizendo que ela será obrigatória. Repito que não será", declarou Bolsnaro.

Segundo o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), o presidente expressa "uma mentalidade medieval que coloca em risco a saúde dos brasileiros". "Seu discurso incentiva movimentos antivacina. Um debate que Oswaldo Cruz resolveu no início dos anos 1900, ele quer reverter em pleno 2020. Que tragédia!", lamentou no Twitter.

Não é a primeira vez que Bolsonaro se posiciona contra a obrigatoriedade da vacinação. Uma declaração dele sobre o tema, divulgada no dia 31 de agosto, teve intensa repercussão em grupos antivacina brasileiros.

Os pesquisadores advertem que, neste momento em que as campanhas de desinformação contra as vacinas estão em franca produção, esse posicionamento dentro do governo acaba sendo utilizado por grupos radicais que disseminam a desinformação sobre saúde nas plataformas digitais.

Para a líder do PCdoB na Câmara, deputada Perpétua Almeida (AC), as pessoas que não querem tomar vacina deveriam deixar de conviver em sociedade. "Podiam parar de circular até que toda a população, que vai tomar a vacina, esteja imunizada", disse.