Após o fim do auxílio emergencial, o governo Bolsonaro indica que pretende mandar ao Congresso Nacional uma proposta a fim de criar o Benefício de Inclusão Produtiva, batizado por BIP. Trata-se do pagamento de três parcelas de R$ 200 mensais para 30 milhões de brasileiros que estão fora do Bolsa Família.

Com isso, o governo quer inviabilizar a renovação dos R$ 600 mensais pagos a mais de 70 milhões de brasileiros. O auxílio é considerado fundamental para combater a pobreza e a miséria no país, além de ser uma medida importante para a economia.
 
A vice-líder da Minoria na Câmara, deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), ponderou que renovar o auxílio emergencial de R$ 600 é salvar vidas. “A nova proposta do governo de R$ 200 é crueldade. O fim do benefício vai deixar ao menos 63 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza no Brasil. Não podemos permitir. Por isso defendemos a retomada imediata do auxílio”, afirmou.
 
Segundo a parlamentar, a renda dos mais pobres deve cair quase 25% sem o auxílio emergencial. “São famílias sem a garantia de alimentação digna em um país com inflação nas alturas e desemprego recorde. É dever do Congresso agir para garantir o retorno do benefício. #Renova600”, escreveu no Twitter.

O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) também usou suas redes sociais para criticar a proposta do governo. Em mensagem postada nesta segunda-feira (8), ele contestou a proposta: "Bolsonaro e Paulo Guedes acabaram com o auxílio emergencial e agora vêm com a história de substituir por 200 reais. O botijão de gás está R$100. Segundo o @dieese_online, a cesta básica chegou a custar R$631 em dezembro, em São Paulo. Queremos #Renova600 já!"

A proposta do governo é que o valor do novo benefício seja menor do que as parcelas que foram pagas em 2020, de R$ 600 e depois R$ 300. A disposição da área econômica do Executivo é pagar R$ 200 por mais três meses. O valor é o mesmo que o governo federal pretendia dar de auxílio no início da pandemia, em março do ano passado, até o Congresso Nacional aprovar um projeto com o valor de R$ 600.

"Como podem? Como podem deitar a cabeça no travesseiro de noite e saber que milhares de famílias estão sem renda!", protestou a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ).

O deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA) assinalou que garantir à população mais vulnerável o auxílio emergencial na sua forma original "é defender que milhões continuem tendo comida na mesa". "Que os desempregados enfrentem a pandemia de forma mais digna e as famílias tenham uma mínima garantia de alimentação. Punho levantado #Renova600", pontuou em sua conta no Twitter.

A líder do PCdoB na Câmara, deputada Perpétua Almeida (AC), observou que os preços dos alimentos dispararam e a população está sem trabalho. "Quero ver a bancada unida cobrando e votando a favor do auxílio emergencial de R$ 600,00. Precisamos de vacina e auxílio emergencial", afirmou.