Oito horas depois do início da sessão de debates da comissão especial que analisa o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, o vice-líder do governo, deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), afirmou que o relatório apresentado por Jovair Arantes (PTB-GO) se transformou em uma “máquina de propaganda para destruir o projeto político” iniciado no governo Lula, em 2003. “Querem destruir um partido, uma ideia, um projeto. A Câmara não pode servir a isso”, afirmou.

O parlamentar disse ter lido com “tristeza” o documento, por ter visto claramente a “digital de Cunha” ao lado da do relator. Jovair Arantes é conhecido por ser braço direito do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e, nos bastidores, fala-se que sua escolha para o cargo na comissão especial estaria relacionada ao desfecho já anunciado do texto.

“Não há justa causa para o impedimento de Dilma. Os decretos de crédito suplementar foram utilizados de acordo com a lei. O povo brasileiro precisa saber que a presidenta Dilma está sendo acusada por manter benefícios sociais, como o Bolsa Família, o Minha Casa Minha Vida. Votar o impeachment da presidenta significa fraturar o Brasil”, disse o deputado que afirma que se faz uma oposição cega no Brasil.

Orlando Silva disse defender um pacto nacional. “Vamos refletir sobre uma saída democrática para o Brasil, seguindo as regras do jogo. 2018 está aí, coloquem a chapa na rua”, concluiu.