A líder do PCdoB na Câmara, deputada Perpétua Almeida (AC), condenou o anúncio feito pelo Banco do Brasil, na segunda-feira (11), informando ao mercado que a instituição efetuará o fechamento de 361 unidades e o lançamento de um programa de demissão voluntária com expectativa de desligamento de cinco mil funcionários.

“Governo que fecha agência bancária é o mesmo que demite trabalhador e aumenta as filas de atendimento para os clientes", reagiu a parlamentar, considerando que o plano de reestruturação que prevê o fechamento de um grande número de agências é um absurdo. "Isso trará enormes prejuízos à população, especialmente, em pequenos municípios, que já têm dificuldade de acesso à rede bancária", completou.   

Segundo o comunicado, das 361 unidades a serem fechadas, sete são escritórios, 112 agências e 242 postos de atendimento. O BB divulgou ainda a intenção de transformar 243 agências em postos de atendimento e oito postos de atendimento em escritórios. Também anunciou a criação de 28 unidades de negócios, 14 agências especializadas agro e 14 Escritórios Leve Digital (voltados ao atendimento de clientes com “maturidade digital”).

De acordo com o BB, a revisão e o redimensionamento da estrutura organizacional devem ser feitas no primeiro semestre deste ano.

Para Perpétua Almeida, além de mais demissões de trabalhadores e aumento nas filas, o fechamento de agências provocará caos na economia e prejudicará, principalmente, os pequenos produtores rurais do interior do Brasil. "A desestruturação do BB afetará o financiamento do setor rural. O banco é estratégico nessa área, tendo anunciado o pagamento de R$ 103 bilhões para o Plano Safra 2020/2021", observou a deputada.

A parlamentar prometeu engrossar a luta para impedir mais "essa maldade contra a nossa população e os funcionários do Banco do Brasil". "Contem comigo! Bolsonaro sinalizou recuo. Temos de pressioná-lo para impedir mais esse desmonte”, afirmou.

Desmonte

Entre 2016 e o terceiro trimestre de 2020, foram fechadas 1.058 agências, com encolhimento de 16% a 19% do banco, enquanto o número de clientes cresceu 15%.

Várias entidades de trabalhadores já reagiram ao comunicado do banco, apontando que o plano de reorganização administrativa anunciado pelo governo é mais uma etapa do desmonte das empresas públicas no País.