Após ausências e um desentendimento com deputados da Comissão de Seguridade, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, compareceu, nesta terça-feira (5), à Câmara dos Deputados para uma audiência pública conjunta de quatro comissões da Casa. Na pauta, entre outros pontos, a decisão de decretar o fim da pandemia no país e a estagnação da imunização contra a doença.

Autora de um dos requerimentos que gerou a audiência com Queiroga, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) cobrou que o Ministério da Saúde retome investimento em campanha de vacinação contra a Covid-19. A parlamentar questionou ainda as razões que levaram Queiroga a decretar o fim da pandemia, num momento em que havia uma queda no número dos casos, mas que a crise sanitária ainda estava longe de ser vencida.

“Havia muitas preocupações na época da decretação do fim da pandemia e parece que a pandemia, de fato, não acabou. Naquele momento tínhamos uma redução no número de casos, mas eles voltaram a crescer. Não sei dizer se é uma quarta onda que vivemos, mas não vejo o ministério falar sobre isso. Tenho visto uma estagnação na vacinação e isso é preocupante. Não há campanha de vacinação, principalmente na dose de reforço”, criticou.

A deputada lembrou que o Tribunal de Contas da União (TCU) detectou um estoque de 26 milhões de doses de vacinas vencendo até agosto. “Não há uma campanha de vacinação no Brasil. Esses 53%, que a gente não sai disso — 53%, 55% como média, não é igual para todo Brasil —, essa é uma preocupação. A vacinação no Brasil está estagnada, principalmente na dose de reforço”, alertou.

O ministro concordou com as críticas sobre a lentidão atual da vacinação contra a Covid-19, mas disse que a adesão também depende da vontade das pessoas. Ele afirmou, porém, que vai buscar o aumento dos recursos para campanhas publicitárias e que a Fiocruz está estudando a ampliação da validade da vacina AstraZeneca, hoje de 9 meses, porque existem estoques vencendo.

Sobre o fim da pandemia, decretado pelo governo em 22 de maio, Queiroga afirmou que a emergência só se justificava pela necessidade de estruturar o sistema para receber os pacientes e que isso agora existe.

Queiroga falou na Câmara aos Deputados em reunião conjunta das comissões de Seguridade Social e Família; de Defesa do Consumidor; de Defesa dos Direitos da Mulher; de Fiscalização Financeira e Controle; e de Trabalho, Administração e Serviço Público.