A partir do golpe praticado contra a ex-presidenta Dilma Rousseff, em 2016, acompanhamos um processo evolutivo e doloroso de desmonte do Estado, das nossas instituições públicas e dos direitos básicos da nossa população, conquistados com muita luta e grandes sacrifícios. Desde aquela época, ocupamos as ruas e denunciamos o que seria uma grande estratégia do governo Temer e da extrema direita para ocupar o poder e governar para os mais ricos, deixando a população mais carente entregue à própria sorte.

Apoiado por grandes grupos empresariais, e com a falácia de colocar o país em um futuro promissor, foi adotada uma política recessiva, baseada no neoliberalismo e no monetarismo arcaico, e o nosso país, que chegou a ocupar a posição de sétima economia mundial, iniciou um processo de desaceleração, tanto economicamente como socialmente.

Em 2017 um novo golpe, travestido de Reforma Trabalhista, atacou diretamente a vida e o bolso de milhões de trabalhadores e abriu espaço para tornar as relações de trabalho ainda mais injustas, expondo trabalhadoras e trabalhadores a situações ainda mais degradantes e estafantes. Veio também a Reforma da Previdência, que, além de retirar direitos, vai exigir muito mais tempo de serviço/contribuição para o trabalhador conquistar o benefício.

Diversos programas sociais importantes como o FIES, que colocou cerca de 12 milhões de estudantes na universidade ao final dos governos do PT; o Minha Casa Minha Vida, que beneficiou mais de 4 milhões de famílias; entre outros, aos poucos foram dilapidados.

Houve ainda a privatização de importantes empresas públicas de áreas como: gestão de ferrovias, rodovias, aeroportos, portos, geração hidrelétrica, distribuição de energia, transmissão de energia, mineração, óleo e gás e outros segmentos. Tentaram também privatizar a todo custo a Petrobras, os Correios, a Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil e tantas outras estatais importantes para a economia do país e para a sociedade.

Como se não bastasse, a insegurança alimentar, que os governos de Lula e Dilma conseguiram reduzir drasticamente, retirando o país do mapa da fome, voltou a assustar a população e atualmente cerca de 33 milhões de pessoas estão em situação de fome no nosso país.

E durante todos esses anos nós, da esquerda, comprometidos a trabalhar em prol de um país mais justo e igualitário, ocupamos as ruas e denunciamos as mazelas desses governantes e os seus objetivos. Sem medir esforços, apontamos todas as atrocidades e aos poucos fomos conscientizando a população sobre o que precisava ser feito.

Este ano, após muitas lutas, enfim conseguimos derrotar um projeto que tanto prejudicou o Brasil e elegemos Lula presidente da República; Jerônimo Rodrigues governador da Bahia e uma bancada importante de parlamentares empenhados em lutar pelas causas sociais para retomar um modelo de gestão voltado aos que mais precisam.

A partir de janeiro de 2023 iniciaremos um novo projeto de reconstrução do Brasil e, com sua ajuda, vamos colocá-lo de volta no caminho que ele jamais deveria ter saído: do crescimento social e econômico; do desenvolvimento e da soberania nacional, porque nos orgulha muito perceber que somos respeitados mundo a fora e com a confiança que temos um líder político comprometido com as questões ambientais, sociais, econômicas e, principalmente, com a democracia. Seguiremos firmes na luta. 

* Daniel Almeida é deputado federal pelo PCdoB da Bahia