O governo Bolsonaro sofreu importante derrota na tarde desta terça-feira (14). O ministro da Educação, Abraham Weintraub, deverá comparecer à Câmara dos Deputados, em Comissão Geral a ser realizada amanhã (15), às 15h, para tentar justificar os cortes de investimentos em universidades e institutos federais.

O requerimento que garantiu a presença de Weintraub no Plenário foi protocolado na Casa pelo deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) e aprovado pelo colegiado por 307 votos favoráveis a 82 contrários. Para o parlamentar, esta é uma chance de mostrar aos brasileiros que a Câmara está sensível ao clamor da sociedade que luta pela educação. 

“De norte a sul do Brasil, as praças e ruas serão ocupadas por professores, estudantes, jovens, intelectuais, todos preocupados as atuais medidas do governo. Enquanto o Brasil dará as mãos a favor da educação, o ministro estará aqui para explicar o porquê do corte de 30% nos orçamentos das universidades e institutos federais”, pontuou.

15 de maio promete ser um dia para fazer história no Brasil. Até agora, mais de 70 instituições confirmaram a adesão à greve e às mobilizações que ocorrerão em todas as capitais do país. A população estará unida a favor da educação e contra os diversos cortes promovidos por Bolsonaro.

O líder dos comunistas na Câmara, deputado Daniel Almeida (BA), saudou a inciativa e defendeu que a convocação do ministro é para não ter risco de ele fugir do debate. Para Almeida, a presença de Weintraub na Casa é necessária e inadiável.

“Os brasileiros estão atônitos acompanhando esse debate sobre a inviabilização do funcionamento das universidades, dos institutos federais e da pesquisa no Brasil. A convocação do ministro demonstra que esta Casa não deixará de cumprir seu papel de resguardar a nossa Constituição e os direitos que ela estabelece”, defendeu.

O ato de convocação exige a presença do ministro, diferentemente do convite, que pode ser recursado. Durante o processo de discussão do requerimento, apenas o PSL e o Novo foram contrários ao pedido. Para a líder da Minoria na Câmara, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), o resultado da votação é uma expressão muito marcante de como o plenário reage aos desastres cometidos por este governo.

“Esse governo não sabe o que faz. Ou sabe no sentido da perseguição política. Eles têm nas escolas um território inimigo, e os fascistas entendem que inimigo é alguém a abater. Não suportam a divergência, a diferença. É um governo que despreza os pobres, a pesquisa, a inovação, a ciência, a oportunidade de estudar, de ensinar”, disse a parlamentar.