Vice-líder do PCdoB, o deputado federal Márcio Jerry (MA) afirmou que Jair Bolsonaro (sem partido) “desavergonhadamente, meteu a mão no bolso do povo brasileiro” ao reduzir R$ 300 do redução do auxílio emergencial pago aos mais prejudicados pela pandemia da Covid-19. Nesta terça-feira (20), na sessão virtual do Plenário da Câmara, Jerry voltou a destacar que nenhum outro tema é tão relevante para o país quanto a votação da Medida Provisória nº 1.000, que institui, até 31 de dezembro de 2020, o auxílio emergencial residual a ser pago em até quatro parcelas.

“É preciso que digamos bem claro: Bolsonaro meteu a mão no bolso daqueles que mais precisam. Ele não queria o auxílio emergencial. Nós aprovamos no Congresso Nacional, aqui na Câmara e no Senado. Depois ele lutou muito para reduzir o alcance e o tempo de vigência do auxílio e depois, desavergonhadamente, meteu a mão no bolso do povo brasileiro: subtraiu R$ 300 de quem precisa tanto de recurso neste momento de grave pandemia em nosso país”, frisou o deputado.

Em meio ao aumento no índice do desemprego no país, Jerry ainda recordou a intenção inicial do presidente de propor um auxílio de apenas R$ 200, em março de 2020, quando o Congresso reverteu a decisão, elevando-o a R$ 600.

“É preciso que o povo brasileiro atente bem para o que está acontecendo. O presidente Bolsonaro meteu a mão em R$ 300 de milhões de brasileiros que precisam do auxílio emergencial. Precisamos apreciar a MP para restabelecermos os R$ 600 que aprovamos na Câmara. Lembremos que o Presidente Bolsonaro não queria o auxílio emergencial. Quando concordou com o auxílio, concordou que ele fosse de R$ 200. Nós conseguimos prorrogar o prazo de existência do auxílio emergencial. Agora, o Presidente da República, insensível ao povo brasileiro, à importância do auxílio para a proteção social, faz este corte de R$ 300”, apontou.

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio durante a pandemia – batizada de Pnad Covid-19 –  divulgada na última sexta-feira (16), revelou que o número de brasileiros desempregados aumentou em 700 mil entre a terceira e quarta semanas de setembro, totalizando 14 milhões no Brasil. O aumento coincide com o período em que teve início a redução do benefício pago a trabalhadores e foi puxada pelas regiões Norte e Nordeste, justamente onde há um maior número de beneficiários do auxílio.

De acordo com o jornal Valor, somadas, as duas regiões registraram um aumento de 12,3% no contingente de desempregados, quase sete vezes mais que o observado no Sul, Sudeste e Centro-Oeste. No conjunto, essas três últimas regiões registraram um aumento de 1,8% na taxa de desemprego. No total a taxa de desemprego atingiu o patamar de 14,4%.

*Ascom deputado Márcio Jerry