Após um período de desprezo do governo Bolsonaro (PL) pelos povos originários, os indígenas da etnia Yanomami, em Roraima, vivem uma crise sanitária que já resultou na morte de 570 crianças por desnutrição e causas evitáveis, nos últimos anos, sendo que 505 tinham menos de 1 ano.

A contaminação por mercúrio, também verificada na população, ocorre devido ao impacto das atividades de garimpo ilegal na região. Entidades acusam o governo Bolsonaro de tentativa de genocídio, pelo modo como abandonou estas populações, inclusive durante a pandemia.

Ao visitar a região no último sábado (21), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que vai levar transporte e atendimento médico aos indígenas e pôr fim ao garimpo ilegal.

Descaso inaceitável

Com a repercussão das imagens da desnutrição indígena por todo o mundo, deputados do PCdoB usaram suas redes sociais para reagir às denúncias e repudiar o abandono do povo Yanomami.

Para o líder do PCdoB na Câmara, deputado Renildo Calheiros (PE), a situação causada pelo governo anterior “precisa ser enfrentada com firmeza e espírito humanitário”.

“Em visita à Terra Yanomami, em Roraima, o presidente Lula repudiou o abandono “desumano” dos yanomamis por Bolsonaro. A visita ocorreu após o Min. da Saúde declarar emergência pública para a crise de desnutrição dos indígenas, cercados por garimpeiros ilegais em seu território”, escreveu no Twitter.

A deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC) condenou o desprezo do governo federal com os povos indígenas, enquanto Jair Bolsonaro esbanjava dinheiro público curtindo férias, feriadão e passeios de moto.

“Bolsonaro comprou 659 marmitas e 3 mil lanches com cartão corporativo e + R$ 39 mil em hospedagem durante visita de 01 dia a Roraima. Nenhum lanche, nenhuma marmita e nenhum cobertor para os índios Yanomami que sobreviveram ao genocídio patrocinado por Bolsonaro”, disse.

Também moradora da região amazônica, a deputada Professora Marcivânia (PCdoB-AP) disse em suas redes que as imagens de indígenas, crianças e idosos Yanomamis, desnutridos e visivelmente desesperados por ajuda e segurança “atestam bem a falência de um modelo econômico que defende exploração da natureza e geração de riqueza a qualquer custo”.

Ela considerou providencial a visita que o presidente Lula fez à região e o compromisso do atual governo em reverter o caos.

“A presença do governo federal e, principalmente, do Presidente do Brasil in loco, é um gesto forte e demonstração inequívoca de que podemos e devemos cuidar de nossa gente. Daqui pra frente tem que ser assim, afinal, o Brasil é de todos e para todos. Que não tenhamos mais imagens tão tristes como essas marcando nossa história”, afirmou.

Negligência

O deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA) assinalou que a “falta de empatia e cuidado do último Governo Federal é desumana”. “Onde estava o ex-presidente quando os Yanomamis gritavam por socorro? Quando centenas de crianças indígenas morriam por desnutrição e outras doenças? O que aconteceu foi um genocídio. Que todos os omissos sejam identificados, investigados e punidos”, cobrou.

A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) reforçou a cobrança, lembrando que Bolsonaro mentiu para as Nações Unidas e garantiu que os Yanomamis estavam sob cuidados do seu governo. “A triste realidade veio à tona agora. Exigimos punição para os culpados pelas mortes, doenças e destruição nas terras Yanomamis”, diz em uma postagem nas redes.

“Crise sanitária e humanitária em terras ianomâmis. É desolador ver a situação que chegamos por total negligência e descaso. O Ministério da Saúde decretou estado de emergência para combater a desnutrição e fome, garantir assistência imediata e traçar medidas a serem implementadas nos próximos meses”, acrescentou.

Segundo a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), a crise sanitária no território yanomami “é o resultado de uma política genocida, de abandono dos povos indígenas”. “Crise humanitária que já tirou a vida de crianças e tudo para abrir caminho para o desmatamento e garimpo ilegal”, apontou.

Para o deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA), a situação dos yanomamis demonstra como o “bolsonarismo anda de mãos dadas com a morte”. “O flagelo a que foi submetido o povo ianomâmi envergonha o Brasil. No 21º dia de gestão, pres @LulaOficial toma atitudes concretas p/ enfrentar o gravíssimo problema e lidera comitiva a Roraima. Diferença que faz ter na presidência estadista compromissado com os direitos humanos”, postou.

“Desoladora a situação dos ianomâmi após 4 anos de governo de um genocida. Desnutrição e doenças curáveis mataram 570 crianças. É o terror pelo qual Bolsonaro haverá de pagar”, completou o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP).